Cientista político detalha pacote de contenção de gastos do governo federal

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 29/11/2024 10h31, última modificação 29/11/2024 10h31
Germano Lúcio, em entrevista ao Bom Dia Assembleia, explica as implicações e perspectivas para o Brasil

O pacote de contenção de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reflete um compromisso de campanha do presidente Lula e propõe medidas que buscam maior justiça distributiva no Brasil. Segundo o cientista político Germano Lúcio, em entrevista a Juliana Arêa Leão no jornal Bom Dia Assembleia, essa decisão já era esperada, dado o histórico dos governos anteriores de Lula, marcados pela forte presença do Estado em iniciativas voltadas à inclusão social.

 

Lúcio destacou que as medidas sinalizam um direcionamento claro para favorecer parcelas da população historicamente desassistidas. Uma das principais propostas é isentar os que ganham menos e ampliar a cobrança sobre os que possuem maiores rendimentos. Essa abordagem, alinhada aos princípios de justiça distributiva, visa reduzir desigualdades e reaquecer a economia pela base.

 

"Estamos falando de beneficiar mais de 20 milhões de brasileiros ao redistribuir encargos, enquanto aproximadamente 100 mil contribuintes de alta renda assumirão uma parte maior da carga tributária. A ideia é movimentar a economia pela microeconomia, gerando impacto positivo no consumo diário e nas pequenas empresas, que voltarão a ter maior demanda", explicou o cientista político.

 

Apesar de especulações iniciais que geraram instabilidade no mercado financeiro, como a alta do dólar, Lúcio acredita que os efeitos de médio e longo prazo tendem a ser amplamente positivos. Ele aponta que essas mudanças podem fortalecer o poder de compra da população e estimular um ciclo virtuoso de consumo e produção.

 

Segundo Lúcio, esse pacote reflete uma escolha política clara da atual gestão, marcando um contraste com governos anteriores que priorizaram setores como grandes empresas e o agronegócio, muitas vezes por meio de isenções fiscais sem retorno direto para as camadas mais vulneráveis. Para o cientista, ao honrar sua agenda de campanha, Lula reafirma sua estratégia de governar com foco na redistribuição de renda e no fortalecimento econômico das bases da sociedade.

 

Confira a entrevista na íntegra


 

Fonte: TV Assembleia