Casos de dengue em todo o país aumentam 95% em relação a 2021

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 20/04/2022 08h10, última modificação 19/04/2022 19h55
Foram quase 400 mil casos desde o começo do ano até agora

O número de casos prováveis de dengue, em todo o país, quase dobrou desde o começo do ano comparado ao mesmo período de 2021, segundo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o levantamento, foram registrados quase 400 mil casos prováveis de dengue, o que representa um aumento de 95% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o momento, são 184 casos para cada 100 mil habitantes neste ano.

Para a segunda vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Rosylane Rocha, dois fatores podem explicar esse aumento considerável. O primeiro é que a dengue é uma doença sazonal, com maior incidência em períodos de chuva e calor. E, como este ano muitas regiões tiveram chuvas acima do esperado, favoreceu o acúmulo de água, situação propícia para o surgimento de focos do mosquito transmissor.

Outro motivo, segundo Rosylane Rocha, é que o medo da covid-19 fez muita gente procurar atendimento médico, aumentando os registros oficiais de casos de dengue, já que, no início as duas doenças têm sintomas parecidos.

Muito acima da média nacional, a Região Centro-Oeste apresenta taxa superior a 700 casos de dengue por 100 mil habitantes, com destaque para as capitais Goiânia, Brasília e Palmas. É na capital federal onde mora o fotógrafo Raphael Padilha, que teve dengue logo após se curar da covid-19, em fevereiro. Assustado com os sintomas, chegou a desconfiar de complicações da covid-19. Raphael conta que, na região onde vive, está havendo surto de dengue e que nem o filho mais novo, de quase 2 anos, ficou ileso.

O boletim do Ministério da Saúde aponta que, até o momento, está confirmada a morte de 112 pessoas, das 280 que desenvolveram agravamento da dengue no país. Os registros ocorreram, principalmente, nos estados de São Paulo, seguido de Goiás, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais. Além disso, mais de 170 mortes ainda são investigadas e podem estar associadas à dengue.   

Mortes por dengue são investigadas no Piauí

 

A Secretaria de Estado da Saúde investiga mais uma morte por dengue no Piauí. São duas mortes confirmadas e duas em investigação por dengue no estado. Segundo dados do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), uma adolescente do sexo feminino, de 17 anos, deu entrada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde(HEDA), em Parnaíba com sintomas da dengue hemorrágica e veio a óbito.

A Coordenadora Estadual de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, explica que, de acordo a Declaração de Óbito, a morte foi em decorrência do agravamento da dengue, mas o CIEVS não pode fechar o protocolo sem os exames laboratoriais. “O atestado de óbito da adolescente saiu como “causa mortis” Dengue Hemorrágica, mas o Ministério da Saúde não está aceitando como mais um óbito pela doença porque não foram feitos os exames laboratoriais pertinentes, uma vez que a jovem já chegou em estado gravíssimo e evoluiu para a morte”, afirma.

Amélia alerta a todos os profissionais de saúde sobre a importância de fazer a sorologia no paciente para comprovar a doença. “Todo paciente grave, com sinais de alerta para dengue, deve ser coletado o material para ser encaminhado ao Lacen para confirmação laboratorial”, diz Amélia. A Sesapi confirma duas mortes na capital: um homem de 19 anos e uma criança de 9 anos; duas estão em investigação: uma mulher de 45 anos e a adolescente de 17 anos, em Parnaíba.

A dengue hemorrágica é mais frequente em pessoas que apresentam dengue pela 2ª vez, e pode ser diferenciada dos outros tipos de dengue por volta do 3º dia com o surgimento de hemorragias. Os principais sintomas da dengue hemorrágica são dor intensa na barriga, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos nas cavidades do corpo (abdômen, coração e pulmão), sangramentos, apatia ou irritação, tontura ao levantar, aumento do fígado e aumento da concentração do sangue.

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Com informações Agência Brasil/Sesapi

Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

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