Casos de dengue em gestantes aumentam 345%; Saúde lança manual

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 06/03/2024 07h05, última modificação 05/03/2024 12h38
Aumento representa um quadro preocupante de saúde pública.

O número de casos de dengue em gestantes aumentou 345,2% nas seis primeiras semanas deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados epidemiológicos do Ministério da Saúde.

 

“Este aumento representa um quadro preocupante de saúde pública, considerando o risco elevado de complicações graves, tanto para elas quanto para os bebês. Formas graves da doença, como choque, hemorragias e óbito representam riscos para as gestantes, enquanto as complicações perinatais incluem prematuridade, restrição de crescimento intrauterino e morte fetal”, informou a pasta. 

 

Segundo o ministério, em 2023 foram registrados 1.530.940 casos prováveis no país, com um coeficiente de incidência de 753,9 casos por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 16,5% em comparação com o ano anterior.

 

Desde o início do ano, o Brasil registrou 1.038.475 casos prováveis de dengue e 258 mortes confirmadas pela doença. Outros 651 óbitos estão em investigação. O coeficiente de incidência da dengue no país neste momento é de 511,4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses.

 

Os principais sintomas da dengue. Foto: Arte/EBC

 

 

Manual


Ministério da Saúde lançou o Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério. O material tem como objetivo orientar os profissionais de saúde com as melhores práticas para o cuidado dessas mulheres, com foco na redução dos potenciais riscos à saúde materna e perinatal. A elaboração do guia é da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em parceria com a pasta e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

 

Uma vez infectadas, as gestantes têm maiores chances de apresentar desfechos desfavoráveis em comparação com as não gestantes. A publicação, elaborada com base no manual ‘Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança’ do Ministério da Saúde, servirá como diretriz para a prevenção, tratamento e diagnóstico da doença, contribuindo significativamente para a segurança e o bem-estar das gestantes e puérperas.

 

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, se mostrou satisfeita com o guia e frisou que ele traz grande contribuição ao prevenir óbitos. “Este é um manual de alta qualidade e, com ele, poderemos salvar muitas vidas de mulheres e crianças. É um trabalho em conjunto com o COE Dengue, a Febrasgo e mais uma ação de resposta rápida ao enfrentamento da doença no Brasil”, observou.

 

Maria Celeste Osório Wender, presidente da federação, destacou a preocupação da instituição com a dengue no período gestacional. “A nossa prioridade é garantir a saúde da gestante e do bebê, por isso atuamos para orientar e capacitar os ginecologistas e obstetras de todo o país. Este guia de orientações é de extrema importância para a saúde pública”, ressaltou.

 

Desafios


O Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico da dengue no Brasil, e coordenando uma série de iniciativas para o enfrentamento das arboviroses em todo o território nacional. Entre as ações estratégicas coordenadas pela pasta está a ampliação para R$ 1,5 bilhão os recursos para emergências, como o enfrentamento da dengue, a incorporação no SUS da vacina contra a dengue e instalação de um Centro de Operações de Emergência - COE Dengue, em atuação coordenada com estados e municípios.

 

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Fonte: Agência Brasil - Imagem: Freepik

Edição: Site TV Alepi