Cartões lideraram forma de pagamento em 2021

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 23/11/2022 14h00, última modificação 23/11/2022 13h23
Uso do Pix ficou em segundo lugar, com 16,2% de uso no ano passado

O Banco Central do Brasil publicou, nesta terça-feira, 22/11, as Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, referentes ao ano de 2021. Alguns dados referentes ao primeiro semestre de 2022 também foram divulgados. As Estatísticas compilam informações enviadas pelos diversos participantes do mercado referentes ao uso dos instrumentos de pagamento no país, ao mercado de cartões de pagamento e aos canais de serviços providos para acesso às transações bancárias; e informações coletadas das infraestruturas operadas pelo Banco Central. As estatísticas não contemplam dados de transações de pagamento utilizando dinheiro (em espécie).

 

Em 2021, as transações de pagamento (excluídas aquelas em espécie) continuaram apresentando uma forte evolução, tanto em termos de quantidade de transações quanto de volume financeiro, atingindo a totalidade de 58,8 bilhões de transações e montante financeiro de R$ 76,9 trilhões, equivalente a cerca de 9 vezes o PIB, o que representou um crescimento de 40% na quantidade de transações e de 27% no volume transacionado, em relação a 2020.

 

O crescimento da quantidade total de transações (excluídas aquelas em espécie) observado em 2021, em comparação ao ano anterior, se deu, principalmente, pela adoção acelerada do uso do Pix pela sociedade, como nova alternativa para efetuar seus pagamentos; e, também, pela expansão do mercado de cartões, que manteve crescimento nas modalidades de crédito (34%), débito (18%), e pré-pago (213%). Foi observado, ainda, um discreto crescimento no uso do débito direto (9%) e do boleto (9%), e redução no uso do cheque, transferências interbancárias e intrabancárias.

 

Em relação à participação na quantidade de transações por tipo de instrumento de pagamento (excluídas aquelas em espécie), o Pix se destacou, atingindo o patamar de 16% destas transações em 2021, em detrimento aos outros meios de pagamento, como, por exemplo, o boleto, cuja participação foi reduzida de 13% para 10% e o débito direto, de 15% para 11%, em comparação a 2020. A participação das transações com cartões, por sua vez, respondeu por 51% dos pagamentos em 2021 (em 2020 responderam por 53%).

 

Em termos de quantidade de transações por canal de serviços (internet, telefone celular, agências e postos de atendimento, correspondentes no país, ATM e centrais de atendimento) providos para acesso às transações financeiras (excluídas aquelas em espécie) e não financeiras (por exemplo, consultas a saldo, extrato etc.), destaca-se a utilização de telefones celulares como o principal canal, representando 68% do número total de transações, em 2021. Especificamente em relação a transações de pagamento (excluídas aquelas em espécie) no mesmo período, o celular é responsável por 60% da quantidade de transações e as realizadas em agências e postos de atendimento e ATM correspondem a cerca de 8% do total.

 

A TED foi o instrumento de pagamento que apresentou o maior valor médio por transação em 2021, R$ 27.855, seguido da transferência intrabancária, com R$ 14.767, mostrando que esses têm sido os instrumentos de pagamento utilizados para as transações de maior valor. O valor médio das transações com boleto atingiu R$ 1.322, ao passo que a transação média com Pix foi de R$ 548 e com cartão de R$ 86.

 

No mercado de cartões, destaca-se o crescimento significativo do pré-pago no ano de 2021, correspondendo a 13% da quantidade de transações com cartões (representavam 6% em 2020) e apresentando um ticket médio de R$ 31, bem inferior aos do cartão de crédito e do cartão de débito, em torno de R$ 123 e R$ 67, respectivamente. Ressalta-se que o cartão pré-pago é um relevante indutor de inclusão financeira que, junto com outros instrumentos de pagamento, vem promovendo acesso à digitalização de pagamentos e a transações de comércio eletrônico. É ofertado, principalmente, por instituições de pagamento (fintechs).

 

O percentual de transações não presenciais com cartões de crédito manteve-se em elevação, correspondendo a 29,2% no último trimestre de 2021, ante 27,2% atingido ao final de 2020, enquanto, na função débito, houve contração, representando somente 3,2% das transações realizadas nessa modalidade, ante 3,9% ao fim do ano anterior.

 

Quanto às Tarifas de Intercâmbio (TIC) praticadas no mercado de cartões, todas têm apresentado relativa estabilidade nos últimos anos. Ao fim de 2021, a TIC do pré-pago (1,25%) encontrava-se em nível significativamente maior que a observada no débito (0,54%) e mais próxima da TIC praticada no crédito (1,61%). Destaque-se que o Resolução BCB nº 246, editada em 26 de novembro de 2022, estabeleceu um limite para a TIC nas transações com cartão pré-pago e reduziu o limite máximo para a TIC do cartão de débito.

 

Em relação às taxas praticadas para aceitação dos instrumentos no comércio (conhecido no mercado como taxa de desconto ou MDR), observou-se, para o cartão de crédito, uma leve alta nas taxas de descontos, de 2,15% no quarto trimestre de 2020 para 2,26% no quarto trimestre de 2021, enquanto para o cartão de débito e pré-pago, a taxa de desconto média apresentou pequena redução, de 1,17% para 1,10% e de 1,92% para 1,74%, respectivamente.

As estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil estão disponíveis aqui.

 

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Fonte: Banco Central

Imagem: Marcello Casal Jr./Abra

Edição: Site TV Assembleia