Campanha Nacional de Multivacinação começa nesta sexta (01)

por Germana Socorro Rodrigues da Silva Santos publicado 01/10/2021 10h36, última modificação 01/10/2021 10h36

O Ministério da Saúde anunciou nessa quinta-feira (30) o início da Campanha Nacional de Multivacinação, que disponibilizará, em 45 mil postos de vacinação localizados em todas as 27 unidades federativas e seus respectivos municípios, 18 tipos de vacinas que protegem crianças e adolescentes de doenças como poliomielite, sarampo, catapora e caxumba.

Durante a cerimônia de lançamento da campanha, que se inicia nesta sexta-feira  (1º de outubro) e vai até o dia 29, as autoridades destacam o papel importante que pais e responsáveis têm para o sucesso da campanha com público-alvo de crianças e adolescentes até 15 anos.

Eles, no entanto, manifestaram também preocupação com a queda nos índices de vacinação que vêm sendo observados desde 2015. Segundo eles, em parte isso é explicado pela disseminação de notícias falsas (fake news) e pela atuação de grupos antivacinas.

De acordo com o secretario de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Medeiros, a campanha deste ano é "mais relevante" porque o governo vem identificando, desde 2015, uma "tendência de queda nos índices de vacinação". Segundo ele, essa queda tem, entre suas causas, o "desconhecimento sobre a importância da vacina, as fake news, os grupos antivacinas e o medo de eventos adversos". Aponta também como causa os horários de funcionamento das unidades de saúde que, às vezes, são incompatíveis com as novas rotinas da população.

Preocupação similar manifestou o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire. "A campanha publicitária é importante e urgente, porque temos de combater de forma dura as fake news e o movimento antivacina que vem estimulando a população a não procurar a vacina e, assim, ficar desprotegida".

O ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz, reiterou que a pandemia mostrou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), e acrescentou que seu sucesso tem por base a unicidade que abrange os âmbitos federal, estadual e municipal.

"O Brasil tem cultura de vacinação, e isso tem se mostrados nos números da covid-19, em um patamar de 60% vacinados com as duas doses. Temos agora 30 dias para vacinar nossas crianças com idade de até 15 anos. São vacinas seguras, e a gente incentiva que os pais levem as crianças para que possamos erradicar essas doenças", disse.

Segundo o ministro, que substitui Marcelo Queiroga, ainda em isolamento após diagnóstico de covid-19, o governo já trabalha com a possibilidade de ampliar o período inicial previsto para a Campanha Nacional de Multivacinação. "Sabemos que haverá mais tempo disponível porque o Brasil é muito grande, e que existem realidades diferentes no país", antecipou.

Em Teresina, as UBS recebem as crianças

Em Teresina, as salas de vacina das Unidades Básicas de Saúde (UBS) estarão recebendo crianças e adolescentes para regularizar a situação vacinal de quem está com alguma dose em atraso.

Na campanha, que segue por todo o mês de outubro, são oferecidas as vacinas da rotina, a fim de resgatar a população não vacinada ou com esquemas de vacinação incompletos, tanto na infância como na adolescência, visando melhorar as coberturas vacinais. "A cobertura vacinal das crianças e adolescentes em Teresina, assim como em todo o Brasil, está abaixo da recomendada. Assim, é necessário identificar os que ainda não foram vacinados e atualizar as cadernetas", justifica Laurimary Caminha, diretora de Atenção Básica da FMS.

A estratégia inclui uma busca ativa feita pelos agentes comunitários de saúde, que irão visitar as famílias com crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade para verificar se tomaram as vacinas do Calendário de Vacinação. "Caso o agente encontre uma criança e adolescente não vacinada, ele vai orientar e encaminhar para a sala de vacina, e retornar na casa para comprovar se houve adesão vacinal", explica a diretora.

Além disso, a FMS está disponibilizando quatro Unidades Básicas de Saúde com salas de vacina abertas nos fins de semana, para atender crianças cujos pais não podem ir durante a semana. São elas: UBS Parque Brasil (zona Norte), UBS Porto Alegre (zona Sul), UBS Santa Isabel (zona Leste) e UBS Renascença (zona Sudeste). O funcionamento destas unidades ocorre das 7 da manhã às 19h.

"Pedimos aos pais e responsáveis que vão aos postos e levem seus filhos", diz Laurimary Caminha, enfatizando ainda a importância de se levar a caderneta de vacinação. "Isso porque cada vacina tem sua peculiaridade, e com o cartão o profissional vai saber como administrar, o que pode dar naquele momento segundo fatores específicos", explica a diretora.

A estratégia de multivacinação foi adotada em 2012 e é realizada em um período determinado e curto espaço de tempo todos os anos. As recomendações são elaboradas a partir de estudos que demonstram como uma vacina pode proporcionar o máximo de eficácia e proteção contra as doenças imunopreveníveis.

Doses administradas em intervalos inoportunos ou com número de doses insuficientes podem prejudicar o objetivo do programa de vacinação, uma vez que a proteção individual e coletiva passa a não ser alcançada e, com isso, as doenças que foram eliminadas podem retornar ou mesmo ter mudanças no seu comportamento epidemiológico, passando a acometer também adolescentes e adultos jovens.

Com informações Agência Brasil
Imagem: Marcelo Camargo