Brasil tem maior média de mortes por Covid desde agosto de 2021

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 03/02/2022 13h00, última modificação 03/02/2022 12h01
País registrou 946 mortes nesta quarta, maior valor desde 19 de agosto de 2021, e mais de 188 mil casos

O Brasil chegou à maior média móvel de mortes por Covid desde 31 de agosto do ano passado. São 653 vidas perdidas por dia, aumento de 178% em relação aos dados de duas semanas atrás. No último dia de agosto do ano passado, eram 671 óbitos por dia.

Nesta quarta, o Brasil registrou 946 mortes, maior número em 24 h desde 19 de agosto de 2021, quando 1.030 óbitos foram notificados.

O número de casos permanece nos patamares mais elevados de toda a pandemia. Foram 188.552 pessoas infectadas, nesta quarta, o que fez com que a média móvel de infecções chegasse a 179.962 por dia, aumento de 63%.

O país, assim, chega a 629.078 vidas perdidas e a 25.813.685 pessoas infectadas desde o início da pandemia.

Os dados relativos ao estado de SP são parciais. "A Secretaria de Estado da Saúde informa que nesta quarta (2) não conseguiu fazer a extração da totalidade dos dados de casos, devido ao não funcionamento da API do Ministério da Saúde", diz a secretaria de saúde do estado.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Os dados da vacinação contra a Covid-19 foram afetados pelo ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde, ocorrido em dezembro, o que levou a falta de atualização em diversos estados por longos períodos de tempo. Nesta quarta, as informações foram atualizadas em 22 estados e no Distrito Federal.

O consórcio de veículos de imprensa recentemente atualizou os números de população brasileira usados para calcular o percentual de pessoas vacinadas no país. Agora, os dados usados são a projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2022. Todos os números passam a ser calculados de acordo com esses valores, inclusive os do ano passado. Por isso, os percentuais de pessoas vacinadas podem apresentar alguma divergência em relação aos números publicados anteriormente.

O Brasil registrou 3.571.053 doses de vacinas contra Covid-19, nesta quarta. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 491.995 primeiras doses e 787.869 segundas. Também foram registradas 183 doses únicas e 2.291.006 doses de reforço.

O grande número de doses de reforço é resultado, principalmente, de um represamento de dados no Paraná, que ficou sem atualizar dados nos últimos dias.

O Ceará teve registro negativo de segundas doses (-8.879) e de doses únicas (-4.133). Tocantins também teve registro negativo de primeiras doses (-10.805). Por fim, o Maranhão teve registro negativo de doses únicas (-4).

Ao todo, 165.789.371 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil —145.718.531 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 150.416.056 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.

Assim, o país já tem 77,17% da população com a 1ª dose e 70,02% dos brasileiros com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 102,48% e 92,98%.

O consórcio começou a fazer também o registro das doses de vacinas aplicadas em crianças. A população de 5 a 11 anos parcialmente imunizada (com somente a primeira dose de vacina recebida) é de 10,67%.

Considerando toda a população acima de 5 anos, 82,83% recebeu uma dose e 75,15% recebeu duas doses ou a vacina de dose única da Janssen.

Mesmo quem recebeu as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

Com informações Folha de São Paulo

Imagem: Reprodução Poder 360