Brasil se aproxima de 1 milhão de casos prováveis de dengue

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 28/02/2024 07h10, última modificação 27/02/2024 13h00
Entre eles, 55,3% são de mulheres e 44,7% de homens.

Desde o início de janeiro, o Brasil já registrou 920.427 casos prováveis de dengue. O país contabiliza ainda 184 mortes confirmadas pela doença e 609 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência da dengue no Brasil, neste momento, é de 453,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgados nesta terça-feira (27) pelo do Ministério da Saúde.

 

Entre os casos prováveis, 55,3% são de mulheres e 44,7% de homens. A faixa etária dos 30 aos 39 anos segue respondendo pelo maior número de casos de dengue no país, seguida pelo grupo de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos.

 

Já no ranking dos estados, Minas Gerais lidera em número absoluto de casos prováveis (311.333). Em seguida aparecem São Paulo (161.397), Distrito Federal (98.169) e Paraná (94.361).

 

Quando se considera o coeficiente de incidência, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar (3.484,8 casos por 100 mil habitantes), seguido por Minas Gerais (1.515,8), Acre (828,7) e Paraná (824,6).

Vacinação contra a dengue

 

Uma nova remessa com 523.005 doses da vacina contra a dengue (Qdenga) começou a ser distribuída na quinta-feira (22), segundo o Ministério da Saúde. A entrega deve contemplar municípios de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Roraima, Rio de Janeiro, Tocantins, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. 

 

Com as novas unidades, todas as 521 cidades selecionadas pela pasta conseguirão iniciar o esquema vacinal de crianças entre 10 a 11 anos até a primeira quinzena de março.

 

Segundo a pasta, o lote inicial, com 712 mil doses, começou a ser enviado em 8 de fevereiro para 315 municípios nos estados de Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas e São Paulo, além do Distrito Federal. A primeira remessa atendeu a 60% dos 521 municípios. 

 

Das 17 unidades federativas selecionadas pelo Ministério da Saúde, apenas o estado de Roraima ainda não começou a vacinação contra a dengue. O Distrito Federal e Goiás foram os primeiros a iniciar a vacinação. No entanto, a cobertura vacinal no DF está abaixo do esperado. Conforme a Secretaria de Saúde, apenas 28% do público priorizado foi vacinado, o que representa cerca de 21 mil crianças vacinadas.

 

A servidora pública Katia Matusumoto, mãe da Maria Eduarda, de 10 anos, conta que levou a filha no primeiro dia da campanha de vacinação em Brasília — 9 de fevereiro.  Ela destaca a importância da vacinação.

 

“Acho importante que os pais levem as crianças para vacinar contra a dengue. Não só para evitar a contaminação por essa doença, mas muito mais para evitar os casos mais graves. A minha preocupação com a minha filha é que se desenvolva o quadro mais grave e isso sim é preocupante”, destaca.

 

Em Goiás, apenas os municípios da região sul do estado ainda não iniciaram a vacinação, como destaca a superintendente de Vigilância em Saúde do estado, Flúvia Amorim. 

 

“Nós recebemos 151 mil doses, o que é suficiente para vacinar crianças e adolescentes de 10 e 11 anos de 122 municípios. O ministério nos informou que a única região de saúde que tinha ficado ainda sem receber é a região sul, onde está o município de Itumbiara. Os demais municípios da região receberão essa semana. Então a gente está aguardando chegar do ministério cerca de 6 mil doses”, diz. 

 

A superintendente ainda informou que mais de 6 mil doses já foram aplicadas no estado desde o início da vacinação no dia 15 de fevereiro. 

 

“O que a gente tem ouvido dos municípios é boa procura. Temos recomendado os municípios estratégias. Se não está tendo demanda na unidade de saúde, vá até onde essas crianças, esses adolescentes estão. Seja escola, seja em postos volantes, mas a gente precisa quanto antes imunizar, porque a imunidade mesmo só se dá depois da segunda dose. Então, quanto antes ele tomar a primeira, mais rápido ele vai tomar a segunda”, ressalta.

 

Para o infectologista Fernando Chagas, a vacinação é uma importante estratégia de prevenção contra a dengue. 

 

“É uma vacina maravilhosa, tem uma proteção de mais de 95%. Pena que tem muito pouco. Mas é importante que os adolescentes sejam vacinados porque a gente já tira uma importante população, muito acometida pela doença do alvo. Fato é que estamos aguardando que essa vacina impacte positivamente na diminuição de casos de dengue que, especialmente nesses dois últimos anos, têm se apresentado com números cada vez maiores”, completa.

 

A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC

 

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Fonte: Agência Brasil/Brasil 61 - Imagem: Reprodução

Edição: Site TV Alepi