Brasil monitora 28 casos suspeitos de hepatite misteriosa em crianças

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 12/05/2022 08h25, última modificação 11/05/2022 20h01
Notificações foram feitas por sete estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina e Pernambuco

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 11, que o número de casos suspeitos de hepatite de origem desconhecida em crianças investigados no Brasil aumentou mais uma vez e, agora, são 28. Até a semana passada, eram sete e, na última segunda-feira, 9, as notificações suspeitas passaram para 16. Nenhum episódio foi confirmado até o momento. A doença tem sido investigada em países da Europa e nos Estados Unidos, mas a causa ainda não foi descoberta.

No Brasil, estão sendo monitorados casos em sete estados: oito em São Paulo, sete no Rio de Janeiro, quatro em Minas Gerais e três no Paraná. As demais notificações foram feitas por Espírito Santo (2), Santa Catarina (2) e Pernambuco (2).

No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado da Saúde emitiu um alerta para os 92 municípios sobre a hepatite aguda grave na última sexta-feira, 6, quando informou que seis casos da doença eram apurados e que a morte de um bebê de 8 meses, que morava no município de Maricá, estava sendo investigada.

Segundo o ministério, os Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) e a Rede Nacional de Vigilância Hospitalar (Renaveh) estão monitorando alterações do perfil epidemiológico e a detecção de casos suspeitos da doença. A orientação da pasta é que qualquer suspeita deve ser notificada imediatamente pelos profissionais de saúde.

Os primeiros registros da hepatite fulminante em crianças foram feitos em países europeus e se concentravam principalmente no Reino Unido. Segundo balanço divulgado pela OMS, há 348 registros da hepatite misteriosa, 70 notificações em investigação e uma morte no mundo. Em levantamento do dia 25 de abril, foram reportados 17 casos de crianças que precisaram fazer transplante de fígado.

A entidade investiga a relação dos casos com o adenovírus, que causa doenças gastrointestinais e respiratórias. Há suspeitas de que o subtipo 41, que causa gastroenterites (inflamação gastrointestinal), seja o causador da doença, mas a OMS apura ainda se a Covid-19, substâncias tóxicas, medicamentos, agentes ambientais têm ligação com o problema.

A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e, na maioria dos episódios, é causada por vírus, mas pode ter relação com o uso de substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, consumo de álcool, doenças hereditárias e distúrbios autoimunes. Os principais sintomas são icterícia (cor amarelada na pele ou nos olhos), diarreia, dor abdominal e vômito. Nas crianças afetadas, testes laboratoriais descartaram os tipos A, B, C, E e D (quando aplicável).

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Com informações Veja

Imagem: Thinkstock

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