Autoavaliação de saúde mental é negativa para minoria dos estudantes do Piauí
O Piauí tem o segundo menor índice do país de estudantes adolescentes que avaliam negativamente a própria saúde mental: apenas 14,5%. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, somente o Maranhão tem proporção mais baixa, de 12,8%. O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) junto a estudantes de 13 a 17 anos de idade de escolas públicas e privadas.
No Brasil, cerca de 17,7% dos estudantes autoavaliaram negativamente a saúde mental. O estado com maior índice é o Mato Grosso do Sul, onde a taxa chega a 21,1%. Para realizar a autoavaliação, os alunos deveriam considerar o estado mental dos 30 dias que antecederam a entrevista da pesquisa.
Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), cerca de 50% dos transtornos mentais que afetam os adultos tem seu início antes dos 14 anos de idade. Portanto, promover a saúde mental entre os adolescentes pode ser visto como uma estratégia de prevenção a transtornos mentais.
O Piauí também registrou índice abaixo da média nacional quanto a presença de sintomas relacionados a transtornos de ansiedade. Apesar de 47,7% dos estudantes piauienses terem afirmado se sentirem muito preocupados com coisas comuns do dia a dia na maioria das vezes ou sempre, a taxa é a terceira menor do Brasil. Apenas Alagoas (46,6%) e Maranhão (46,1%) tiveram proporções inferiores ao Piauí e à Paraíba, estado que registrou o mesmo índice piauiense (47,7%). No país, o indicador chegou a 50,6%.
Quanto aos estudantes que se sentiram tristes na maioria das vezes ou sempre, considerando os 30 dias anteriores à pesquisa, o indicador piauiense foi de 28%. Tal sintoma, ligado ao diagnóstico de transtornos como depressão, foi apontado por 31,4% dos estudantes brasileiros. O Piauí tem o terceiro menor índice do país, superando apenas a Paraíba (27,1%) e o Maranhão (26,8%).
A pesquisa também traz dados sobre os estudantes que se sentiram irritados, nervosos ou mal-humorados na maioria das vezes ou sempre. No Piauí, a proporção foi de 32,8%, a segunda menor do Brasil. Apenas o Maranhão teve índice mais baixo: 27,8%. No Brasil, a média chegou a 40,9%.
Sobre bullying
Aproximadamente quatro em cada dez estudantes (39,6%) afirmaram terem se sentido humilhados por provocações de colegas no Piauí. A constatação é da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram considerados os adolescentes de 13 a 17 anos de idade, de escolas públicas e privadas, que sofreram pelo menos uma situação humilhante nos 30 dias que antecederam a pesquisa.
Entre os motivos apontados para a agressão verbal, os dois mais citados foram a aparência do corpo (17%) e do rosto (10,5%). Em seguida, a cor ou raça (4,5%), a religião (2,3%), a orientação sexual (2,2%) e a região de origem (1,2%). Cerca de 61,2% dos estudantes piauienses indicaram outras razões não especificadas no questionário da pesquisa.
A proporção cai quando se trata de bullying praticado via internet: apenas 12% dos estudantes piauienses informaram terem sido ameaçados, ofendidos ou humilhados em redes sociais ou aplicativos de celular nos 30 dias anteriores à pesquisa. A taxa reduz ainda mais com relação a agressões físicas praticadas por colegas: apenas 10,6% relataram terem passado por essa situação no período investigado.
Por outro lado, cerca de 9,9% dos estudantes piauienses assumiram terem praticado algum tipo de violência verbal contra colegas nos 30 dias que antecederam a pesquisa. A proporção de agressores foi maior entre os homens (12,7%) do que entre as mulheres (7,4%). Também foi maior entre estudantes de escolas privadas (14,2%) do que entre os de instituições públicas (9,2%).
Com informações IBGE
Imagem: Por Vir - Divulgação