Autismo: Aumenta o número de diagnósticos e a importância da compreensão e inclusão

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 28/11/2024 16h15, última modificação 28/11/2024 18h37
Em entrevista ao jornal Alepi TV 1, a psiquiatra Cynthia Nóbrega explica mais sobre o TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que pelo menos 6 milhões de indivíduos sejam investigados com o espectro, evidenciando a relevância do tema para a saúde pública e a sociedade.

 

O aumento expressivo de diagnósticos ocorreu, em grande parte, após 2013, quando o conceito de autismo foi ampliado para incluir diferentes graus e manifestações da condição. Apesar disso, muitos casos ainda permanecem subdiagnosticados, como destaca a psiquiatra Cynthia Nóbrega, em entrevista a Shirley Evangelista no jornal Alepi TV 1 desta quinta-feira, 28..

 

“A hereditariedade do autismo é alta, cerca de 80%. Muitas vezes, pais de crianças também descobrem que estão no espectro após os filhos iniciarem acompanhamento”, explica a médica.

 

Sinais de alerta desde a infância


Os sintomas do TEA podem variar amplamente, mas algumas características comuns na infância incluem:

 

  • Atraso na fala, como começar a falar após os 3 anos;
  • Interesse repetitivo por objetos, como ventiladores ou cordões;
  • Comportamentos rotineiros, como empilhar objetos;
  • Dificuldade de interação social, como evitar contato visual ou brincar sozinho.

 

A psiquiatra também alerta para casos subestimados na fase adulta, que muitas vezes são identificados após crises de ansiedade, pânico ou problemas de relacionamento.

 

Desafios e estigmas


Muitos confundem o TEA com transtorno de déficit intelectual, contribuindo para preconceitos e falta de compreensão. No entanto, os autistas podem ser altamente inteligentes e funcionalmente adaptáveis. A médica citou com exemplo o bilionário Elon Musk, da plataforma X.

 

“O autista tem um desejo de conveniência e observa o comportamento social para se adaptar. A camuflagem social é algo comum, mas pode gerar sofrimento interno”, pontua Nóbrega.

 

Confira a entrevista na íntegra


 

Fonte: TV Assembleia