Aprovada urgência para projeto que equipara o aborto a crime de homicídio

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 14/06/2024 08h56, última modificação 14/06/2024 08h56
Para discutir as questões legais que envolvem o projeto, o Jornal Bom Dia Assembleia entrevistou o advogado Wenner Melo.

Manifestantes realizaram atos nesta quinta-feira (13) em diversas cidades do país contra o projeto de lei que equipara o aborto a homicídio, e argumentam que a aprovação da proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, vai colocar em risco a vida de milhares de brasileiras, especialmente meninas, que são as principais vítimas da violência sexual no país, além de desrespeitar os direitos das mulheres já previstos em lei.

 

O Projeto de Lei 1904/24 prevê que o aborto realizado acima de 22 semanas de gestação, em qualquer situação, passará a ser considerado homicídio, inclusive no caso de gravidez resultante de estupro. A pena será de seis a 20 anos para mulher que fizer o procedimento.

 

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (12) o regime de urgência para o projeto , do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e outros 32 parlamentares, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio.

 

O autor do requerimento de urgência e coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Eli Borges (PL-TO), defendeu a aprovação. "Basta buscar a Organização Mundial da Saúde (OMS), [a partir de 22 semanas] é assassinato de criança literalmente, porque esse feto está em plenas condições de viver fora do útero da mãe", afirmou.

 

Já a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) criticou a aprovação que, segundo ela, criminaliza crianças e adolescentes vítimas de estupro. Ela afirmou que mais de 60% das vítimas de violência sexual têm menos de 14 anos. "Criança não é mãe, e estuprador não é pai", disse.

 

Outra crítica é que se o projeto de lei for aprovado, a pena para as mulheres vítimas de estupro será maior do que a dos estupradores, já que a punição para o crime de estupro é de 10 anos de prisão, e as mulheres que abortarem, conforme o projeto, podem ser condenadas a até 20 anos de prisão. “Esse PL protege o estuprador, não a vítima. E isso diz muito sobre a nossa sociedade”, acrescentou.

 

Para discutir as questões legais que envolvem o projeto, o Jornal Bom Dia Assembleia desta sexta-feira (14) entrevistou o advogado Wenner Melo. A apresentação é de Juliana Arêa Leão.

 

Confira a entrevista


 

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Fonte: TV Assembleia/Agência Brasil/Agência Câmara Notícias - Imagem: Fernando Frazão/ABra

Edição: Site TV Assembleia