Anvisa alerta para falsificação de toxina botulínica

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 08/02/2023 14h20, última modificação 08/02/2023 14h15
Casos foram detectados em lotes de dois produtos; especialista recomenda cuidado ao escolher profissionais

Por Gabriella Sales

 

Folha de São PauloAnvisa emitiu um alerta sobre falsificação de lotes de toxina botulínica, produto usado para procedimentos estéticos. Os produtos são Botox® 100U (toxina botulínica A) e Dysport® 300U (toxina botulínica A).


No caso do Dysport® 300U a fabricante Beaufour Ipsen Farmacêutica afirmou à Anvisa que o lote L25049, identificado como falso pela agência, não é reconhecido como oficial pela empresa. O lote era válido até outubro de 2023 e as embalagens do produto falsificado apresentam apenas dizeres em português.

 

Já no caso do Botox® 100U, a empresa Allergan Produtos Farmacêuticos Ltda, notificou a Anvisa sobre a identificação de dois produtos falsificados no lote C7654C3F. Foram encontradas diferenças nas embalagens adulteradas em relação às originais.

 

Segundo a Agência, é possível que haja mais unidades falsificadas no mesmo lote, e a orientação é contatar a fabricante caso haja dúvidas se o produto é original.

 

Para ambos os medicamentos, foi determinada a apreensão e a proibição da comercialização, distribuição e uso do produto falsificado.

 

O objetivo do procedimento é diminuir a força de contração dos músculos e fazer com que as marcas de expressão dos músculos não se tornem definitivas. Reportagem da Folha mostrou que o produto está sendo aplicado cada vez mais cedo, porém com o objetivo de aparentar naturalidade.

 

A dermatologista Alessandra Romiti, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), destaca que a toxina botulínica não é um produto costumeiramente adquirido pelo paciente, mas sim pelo profissional que vai realizar o procedimento.

 

Romiti destaca a importância de buscar profissionais de saúde capacitados para realizar procedimentos estéticos, e evitar locais que ofereçam preços muito abaixo do mercado. "O profissional qualificado tem a responsabilidade de comprar um produto certificado", aponta.

 

Também não é recomendado que a população geral adquira a toxina botulínica por meio de sites de venda na internet, pois não há como verificar a procedência da substância.

 

A especialista afirma que os riscos de utilizar um produto falsificado são desconhecidos, já que não se sabe a composição adulterada. "Pode simplesmente não ter o efeito desejado, mas também pode acontecer de ter consequências para a saúde", alerta.

 

A recomendação da SBD é que qualquer pessoa interessada em realizar um procedimento estético procure um médico dermatologista.

 

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Fonte: Folha de São Paulo

Imagem: Reprodução Anvisa

Edição: Site TV Assembleia