Agosto Branco chama atenção para combate ao câncer de pulmão
O combate ao câncer de pulmão marca o Agosto Branco, mês escolhido para concentrar esforços na conscientização a respeito da importância da prevenção. Em 2023, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que serão diagnosticados, no Brasil, 32.560 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquios, sendo 18.020 em homens e 14.540 em mulheres. Essas projeções representam um risco estimado de 17,06 casos novos a cada 100 mil homens e 13,15 para igual número de mulheres.
“Oitenta por cento dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao tabagismo, em pacientes fumantes ou ex-fumantes”, afirma a oncologista Carla Cristhian Morais. "Apenas 20% dos casos estão relacionadas a pacientes não tabagistas", completa. O alerta vale também para os jovens que fazem uso do cigarro eletrônico.
Apesar de o tabagismo ser a principal causa da doença, recentemente especialistas comprovam que não fumar deixou de ser o suficiente para não sofrer com os malefícios. Outras causas para o câncer de pulmão estão relacionados com: o tabagismo passivo, a poluição ambiental, exposição a gases tóxicos - principalmente o gás radônio - trabalhos em carvoarias, uso do fogão à lenha, doenças pulmonares e histórico familiar. Ou seja, principalmente situações que expõem o paciente a gases que contêm substâncias cancerígenas.
Avanços no tratamento
Surgiram muitos avanços no tratamento dessa doença, tanto em relação às técnicas de diagnóstico e rastreamento do câncer de pulmão, quanto em relação às cirurgias, tratamentos e terapias. Com o diagnóstico precoce da doença, é possível aumentar as chances de sobrevivência e de cura do paciente. “Graças a isso, temos visto uma redução nos casos de mortalidade da doença, embora ele seja o mais letal entre todos os tipos de cancer”, destaca Carla Cristhian.
Prevenção
A principal prevenção ao câncer de pulmão é cessar com o tabagismo. Portanto, é importante a população procurar ajuda clínica com pneumologista, grupos de apoio e psicólogos, pois é preciso um time multidisciplinar para o paciente ter sucesso em parar com o tabagismo. Em pessoas que não fumam, é importante verificar predisposição e histórico familiar para rastreamento precoce e avaliação especializada, avaliando se há risco de o paciente desenvolver a doença, alerta a oncologista do hospital Anchieta.
Tratamento
“Setenta por cento dos casos são diagnosticados na fase tardia”, alerta o doutor Igor Morbeck, oncologista clínico, especialista em tórax. Por isso, a junção da imunoterapia e da quimioterapia é a grande aliada para o tratamento do câncer de pulmão na maior parte dos casos - assim como o uso de remédios-alvos e específicos que conseguem diretamente combater a célula alterada, levando a melhores resultados.
Por isso, o diagnóstico precoce, por meio de tomografias, é essencial para garantir melhora na taxa de sobrevivência. “A maioria dos tratamentos da doença está presente no Brasil, mas, no SUS, não há variedade nos métodos”, conclui o oncologista Igor Morbeck.
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Fonte: Correio Braziliense
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