Aedes aegypti se adapta e passa a se reproduzir em água suja também

por Helorrany Rodrigues da Silva publicado 03/11/2022 08h20, última modificação 02/11/2022 19h16
É preciso eliminar água parada, investir em tecnologias de combate ao mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana

A temporada de chuvas está se aproximando e o Brasil está em alerta diante do aumento no número de casos de dengue este ano em relação a 2021. Segundo Natalia Verza Ferreira, cientista, doutora em genética e biologia molecular e diretora da Oxitec do Brasil, a sociedade precisa redobrar a atenção,"pois o Aedes aegypti tem se adaptado e descoberto novas formas de se reproduzir, inclusive em água suja, o que não ocorria há alguns anos".

 

Com isso, as notificações de contaminação pelas doenças transmitidas pelo mosquito (dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana) têm aumentado.

 

Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde (MS) aponta que as notificações da doença no Brasil subiram quase 185% entre janeiro e outubro deste ano na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano passado, alcançando a marca de 1,3 milhão registros. Nesse período, houve 909 mortes.

 

Para a doutora em genética e biologia molecular, além dos cuidados diários para evitar o acúmulo de água em lugares ou objetos que podem se tornar criadouros, "é preciso atualizar os protocolos de controle do Aedes aegypti descritos no Programa Nacional de Combate à Dengue (PNCD), incorporando soluções sustentáveis que já foram, inclusive, aprovadas para uso no Brasil, como o Aedes do Bem - inseto com genes autolimitantes que auxilia no controle do mosquito Aedes Aegypti de forma segura e ambientalmente sustentável".

 

Segundo Natalia Verza Ferreira, é importante um esforço coletivo, que deve reunir a população, empresas e o poder público.

 

Os principais sintomas da dengue

 

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, variando desde casos assintomáticos a quadros graves, inclusive óbitos. Nos casos sintomáticos pode apresentar três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação.

 

A dengue pode evoluir para remissão dos sintomas, ou pode agravar-se, exigindo constante reavaliação e observação, para que as intervenções sejam oportunas e os óbitos não ocorram.

 

Febre alta — 38.5ºC
Dores musculares intensas
Dor ao movimentar os olhos
Mal-estar
Falta de apetite
Dor de cabeça
Manchas vermelhas no corpo.

 

Com Informações Correio Braziliense

Imagem: Luis ROBAYO/AFP

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