Adolescentes diminuem uso de camisinha em relações sexuais

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 15/07/2022 08h15, última modificação 14/07/2022 18h22
Em Teresina, é registrada queda na atividade sexual de estudantes adolescentes

Ao longo de uma década, o percentual de adolescentes que usaram camisinha em relações sexuais recuou nas metrópoles brasileiras, aponta análise divulgada nesta quarta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

O levantamento em questão avalia indicadores da série histórica da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar), que contempla o período de 2009 a 2019. Os dados divulgados abrangem estudantes do 9º ano do ensino fundamental (antiga 8ª série) das redes pública e privada nas capitais.

 

De 2009 para 2019, entre os jovens que já haviam iniciado a vida sexual, o percentual que relatou uso de camisinha na última relação caiu de 72,5% para 59%.

 

"Esse é um resultado que expressa preocupação, pois a tendência segue uma direção que indica maior exposição aos riscos", diz a análise, que chama atenção para as ameaças de doenças sexualmente transmissíveis e casos de gravidez precoce.

 

"Com efeito, há necessidade de ampliar e/ou fortalecer ações de orientação aos adolescentes às práticas sexuais seguras", acrescenta.

 

Entre as garotas, o percentual que relatou uso de preservativo nas relações com parceiros recuou de 69,1% para 53,5% entre 2009 e 2019. No caso dos garotos, a queda apurada foi de 74,1% para 62,8% no mesmo período.

 

A PeNSE já teve quatro edições: 2009, 2012, 2015 e 2019. O percentual de uso de algum método de prevenção de gravidez –camisinha e outros– também caiu. Passou de 79,6% em 2012, ano inicial da série desse indicador, para 69,6% em 2019.

 

A redução foi mais acentuada entre os alunos da rede pública (de 79,5% para 69,1%) do que entre os jovens de instituições privadas (de 80,3% para 72,3%).

 

A análise aponta que o 9º ano do ensino fundamental reúne 90% dos estudantes com idades de 13 a 15 anos, "período em que tem se dado a iniciação sexual para grande parte de meninos e meninas".

 

Em 2009, 27,9% dos alunos desse nível nas capitais já tinham tido relações sexuais. Em 2019, o percentual alcançou 28,5%.

 

Entre as meninas, a fatia aumentou de 16,9% para 22,6%. No caso dos meninos, caiu de 40,2% para 34,6% em igual intervalo.

 

CIGARRO, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

 

O levantamento traz ainda outros indicadores sobre a saúde dos adolescentes, como o consumo de tabacobebidas alcoólicas e outras drogas.

 

O percentual de estudantes do 9º ano do ensino fundamental que fumaram cigarro alguma vez na vida recuou de 22,9% para 21% entre 2009 e 2019.

 

A fatia que experimentou bebida alcoólica cresceu de 52,9% em 2012 para 63,2% em 2019. Esse aumento foi mais intenso entre as meninas. Elas saíram de 55% em 2012 para 67,4% em 2019. Entre os meninos, o indicador pulou de 50,4% para 58,8% em igual período.

 

Já o percentual de alunos do 9º ano que usaram outras drogas alguma vez na vida subiu de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019.

 

O IBGE afirma que a análise da série histórica tem caráter experimental, já que as estatísticas ainda estão em fase de teste e sob avaliação.

 

A PeNSE é realizada pelo instituto em parceria com o Ministério da Saúde e com o apoio do Ministério da Educação.

 

A pesquisa fornece informações colhidas diretamente dos escolares por meio de um questionário eletrônico autoaplicável.

 

Teresina registra queda na atividade sexual de estudantes adolescentes 

 

Em dez anos, caiu a proporção de estudantes teresinenses de 13 a 15 anos de idade que já tiveram alguma relação sexual. Enquanto um quarto deles (25,1%) já haviam iniciado a vida sexual em 2009, o índice reduziu para 20,1% em 2019. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

 

Em contrapartida, a pesquisa mostra que também caiu a proporção daqueles que usaram preservativo na atividade sexual mais recente. Em 2009, cerca de 67,1% dos estudantes afirmaram que um dos parceiros usou camisinha na última relação sexual, índice que diminuiu para 61,9% em 2019. Além de prevenir gravidez indesejada, o uso de preservativo evita a transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). 

 

Quando se trata exclusivamente de prevenção à gravidez, os estudantes costumam ter mais cuidado. Enquanto 68,1% deles informaram terem utilizado algum método contraceptivo na última relação sexual, inclusive camisinha, em 2009, a proporção subiu para 74,5% em 2019.

 

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Fontes: Folha de São Paulo/IBGE

Imagem: Gabriel Cabral/Folhapress

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