333 milhões de crianças vivem com menos de 2,15 dólares por dia

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 15/09/2023 07h00, última modificação 14/09/2023 12h09
No ritmo atual, a meta de acabar com a pobreza infantil extrema no mundo até 2030 não será cumprida

Estima-se que 333 milhões de crianças em todo o mundo vivam em pobreza extrema, de acordo com uma análise do Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, e do Banco Mundial, divulgada nesta semana.



Embora o número de menores vivendo com menos de US$ 2,15 por dia tenha diminuído de 383 milhões para 333 milhões entre 2013 e 2022, o impacto econômico da Covid-19 causou três anos perdidos de progresso.

 

Correção de rumo


A análise, divulgada antes da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas alerta que, no ritmo atual, a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, de acabar com a pobreza infantil extrema até 2030 não será cumprida.

 

A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, disse que “com os investimentos certos e vontade, existe uma maneira de tirar milhões de crianças do que muitas vezes é um ciclo vicioso de pobreza."

 

Ela ressaltou que “as crises acumuladas dos impactos da Covid-19, conflitos, mudanças climáticas e choques econômicos, paralisaram o progresso” impactando a população infantil. 

 

Russel pediu que os esforços sejam “redobrados para garantir que todas as crianças tenham acesso a serviços essenciais, incluindo educação, nutrição, saúde e proteção social.” 

 

Aumento da proteção social


De acordo com o relatório, a África Subsaariana detém a maior quantidade de crianças vivendo em extrema pobreza e responde pelo maior aumento na última década, saltando de 54,8% em 2013 para 71,1% em 2022.

 

O diretor global do Banco Mundial para Pobreza e Equidade, Luis-Felipe Lopez-Calva, disse que um mundo onde as crianças são “privadas não apenas de necessidades básicas, mas também de dignidade, oportunidade ou esperança, é simplesmente intolerável".

 

Para acabar com a pobreza extrema e compensar o retrocesso da pandemia, o Unicef e o Banco Mundial pedem aos governos e parceiros que priorizem agendas de combate à pobreza infantil, incluindo a expansão da cobertura de proteção social. 

 

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Fonte: ONU News

Imagem: Unicef/Daniele Volpe

Edição: Site TV Assembleia