3,7 bilhões de pessoas estão mais protegidas contra gordura trans, revela OMS

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 01/07/2024 07h00, última modificação 30/06/2024 10h10
Mais de 4 bilhões de pessoas ainda estão desprotegidas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um novo relatório de marcos sobre o progresso da eliminação global da gordura trans, abrangendo o período de 2018 a 2023. Em 2023, 53 países tinham políticas em vigor para combater a gordura trans industrial nos alimentos. 

 

Essas medidas melhoraram muito o ambiente alimentar de 3,7 bilhões de pessoas, ou 46% da população mundial, e podem ajudar a salvar aproximadamente 183 mil vidas por ano. Esse é um progresso significativo em comparação com apenas 6% de cobertura, ou menos de meio bilhão de pessoas, em 2018. 

 

Eliminação da gordura trans


Embora a meta ambiciosa estabelecida pela OMS em 2018 para eliminar totalmente a gordura trans do suprimento global de alimentos até o final de 2023 não tenha sido totalmente atingida, houve um progresso notável em direção a essa meta em todas as regiões do mundo. 

 

Somente em 2023, novas políticas de melhores práticas entraram em vigor em sete países: Egito, México, Nigéria, Macedônia do Norte, Filipinas, Moldávia e Ucrânia. 

 

Em janeiro de 2024, a OMS certificou cinco países por validarem o progresso na eliminação da gordura trans produzida industrialmente: Dinamarca, Lituânia, Polônia, Arábia Saudita e Tailândia.

 

4 bilhões desprotegidos


O diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, Francesco Branca, afirmou que além de aprovar as políticas de melhores práticas de gordura trans recomendadas, garantir que a conformidade com essas políticas seja monitorada e aplicada será fundamental para alcançar os benefícios de saúde maximizados e sustentados da eliminação da gordura trans.

 

Para ele, a eliminação da gordura trans é alcançável, acessível e salva vidas. No entanto, apesar das tendências promissoras, o progresso tem sido desigual, e mais de 4 bilhões de pessoas continuam desprotegidas desse produto químico tóxico em todo o mundo, com a maior carga restante concentrada nas regiões da África e do Pacífico Ocidental da OMS. A implementação de políticas de melhores práticas em apenas mais oito países eliminaria 90% das mortes globais associadas ao ingrediente. 

 

Segundo a OMS, 500 mil morrem por ano de doenças cardiovasculares causadas pelo consumo de gorduras trans
Public domain - Segundo a OMS, 500 mil morrem por ano de doenças cardiovasculares causadas pelo consumo de gorduras trans


Recomendações 


O novo relatório resume as ações dos países para banir a gordura trans produzida industrialmente e faz recomendações para alcançar a eliminação global da gordura trans.

 

Entre as medidas, a OMS aponta que todos os países devem adotar políticas de melhores práticas, especialmente aqueles com a maior carga de doença remanescente estimada atribuível à ingestão de gordura trans.

 

A agência da ONU recomenda que os países fortaleçam seus mecanismos de monitoramento e aplicação de políticas de melhores práticas para que se tornem elegíveis para o Certificado de Validação da OMS.

 

Além disso, aponta que os órgãos sub-regionais aprovem políticas obrigatórias de eliminação da gordura trans e fabricantes de alimentos com uma alta proporção de gorduras e óleos cumpram as regulamentações para aumentar o uso de gorduras alternativas mais saudáveis. 

 

Mesmo quando as regulamentações ainda não estão em vigor, as empresas devem procurar eliminar a gordura trans nas linhas de produtos e nas cadeias de suprimentos.

 

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Fonte: ONU News - Imagem: Freepik Free

Edição: Site TV Assembleia