Taxa de desocupação recua para 6,6% e população ocupada bate novo recorde

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 27/09/2024 10h48, última modificação 27/09/2024 10h48
O número total de trabalhadores do Brasil bateu novo recorde, chegando a 102,5 milhões.

A taxa de desocupação caiu para 6,6% no trimestre de junho a agosto de 2024, recuando 0,5 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de março a maio de 2024 (7,1%) e caindo 1,2 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,8%). Essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em agosto na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

 

A população desocupada caiu para 7,3 milhões, o menor número de pessoas procurando trabalho desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. Esse contingente mostrou reduções significativas nas duas comparações: no trimestre, a população desocupada diminuiu -6,5%, o que significa menos 502 mil pessoas buscando trabalho. Frente ao mesmo trimestre móvel de 2023, a redução foi mais intensa, -13,4%, ou menos 1,1 milhão de pessoas em busca de uma ocupação.

 

O número total de trabalhadores do Brasil bateu novo recorde, chegando a 102,5 milhões. Na comparação trimestral, a população ocupada do país cresceu 1,2%, ganhando mais 1,2 milhão de trabalhadores. Frente ao mesmo trimestre móvel do ano passado, esse contingente cresceu 2,9%, o equivalente a mais 2,9 milhões de pessoas.

 

Para a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, “a baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desocupação para valores próximos ao de 2013, quando esse indicador estava em seu menor patamar”.

 

Os empregados do setor privado chegaram a 52,9 milhões, maior contingente da série. Num trimestre, a ocupação do setor cresceu 1,7%, o que equivale a mais 882 mil postos de trabalho. Na comparação anual, a alta foi de 4,9%, ou 2,5 milhões de trabalhadores a mais no setor. Mais uma vez, o setor privado teve recordes no número de empregados com carteira de trabalho assinada (38,6 milhões) e no contingente dos sem carteira de trabalho (13,2 milhões).

 

No trimestre, o Comércio foi grupamento de atividade que impulsionou a ocupação, com alta de 1,9% no trimestre, ou mais 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. O setor está com seu maior contingente na série histórica da PNAD Contínua: 19,5 milhões de trabalhadores. Os demais grupamentos de atividade não tiveram variações significativas na comparação trimestral.

 

Os empregados do setor público chegaram ao recorde de 12,8 milhões, com altas de 1,8% (mais 221 mil pessoas) no trimestre e de 4,3% (mais 523 mil pessoas) no ano. Essa alta vem sendo puxada pelo grupo dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,5% no trimestre e 6,6% no ano, enquanto o grupo dos militares e servidores estatutários, que precisam ser aprovados em concursos públicos, ficou estável nas duas comparações. “Embora não seja o seu maior contingente, o grupo dos empregados sem carteira assinada no setor público é o que mais tem contribuído para a expansão do total de empregados deste segmento Esses trabalhadores nem são estatutários nem são considerados trabalhadores com carteira, nos moldes da CLT. Eles têm um predomínio maior na educação fundamental, que é provida pelas prefeituras nas escolas municipais. São contratos temporários, muitas vezes regidos por lei específica”, explica Adriana.

 

Rendimento fica estável no trimestre e cresce 5,1% no ano


No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.228, sem mostrar variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior e com alta de 5,1% na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2023.

 

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 326,2 bilhões, mostrando altas de 1,7% no trimestre e de 8,3% na comparação anual.

 

Fonte: Agência IBGE de Notícias - Foto: Helena Ponte

Edição: Site Rádio Assembleia