Nutrição como aliada no combate ao colesterol
Sabe aquele colega de trabalho que, aos poucos, vai puxando seu tapete até conseguir cavar sua demissão ou te prejudicar seriamente? Pense no colesterol alto (LDL) como este cidadão. Sorrateiramente e sem causar sintomas, promove o acúmulo de gordura nas paredes das artérias. Isso tende a ocasionar a aterosclerose, doença que aumenta a probabilidade de ataque cardíaco ou de acidente vascular cerebral (AVC).
O descontrole do colesterol é um dos fatores de risco cardiovascular mais relevantes, atingindo 40% da população adulta e 20% de crianças e adolescentes. Segundo dados da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, as doenças cardiovasculares, são responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes no país, o que corresponde a 400 mil óbitos por ano.
Uma das ferramentas eficazes para combater este mal não está exclusivamente na farmácia, mas à mesa, apesar de em muitos casos medicamentos serem indispensáveis. Esse recado faz parte da campanha da SOCESP para o Dia Nacional de Controle ao Colesterol Elevado, celebrado em 8 de agosto.
Alertar a população faz sentido. A maioria das pessoas não sabe que convive com a dislipidemia – nome dado à elevação do nível de colesterol total, além de outras anormalidades, como excesso de triglicérides e do HDL muito baixo. Um exame de sangue simples é suficiente para detectar a anomalia. Porém, a constatação é apenas o primeiro passo para o controle, que exigirá mudança no estilo de vida, incluindo prática de atividade física e alterações na dieta. O recém lançado e-book da série Diálogos com a Nutrição, disponibilizado gratuitamente pela SOCESP, contém um resumo da última versão da Diretriz sobre tratamento das Dislipidemias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e aborda os principais aspectos ligados à dieta.
Nutrientes inimigos do colesterol, como as gorduras trans – presentes em industrializados como biscoitos, bolos prontos, margarinas, sorvetes e salgadinhos – devem ser retirados do menu de quem sofre de colesterol alto. Também recomenda-se a redução de ácidos graxos saturados, encontrados emleite integral, manteiga, creme de leite, chantilly, queijos gordurosos, bacon, toucinho, gordura das carnes e pele das aves e dos peixes. Já na lista de alimentos que precisam ser consumidos, entram as fontes de antioxidantes, como frutas, verduras e legumes Ora, as moléculas que carregam o colesterol, quando oxidadas pelos radicais livres, tornam-se mais prejudiciais e menos eficientes – e os antioxidantes evitam isso. Da mesma forma, é positivo valorizar itens ricos em fibras solúveis (aveia, batata doce, linhaça, frutas), porque reduzem a absorção do colesterol.
Obesidade e tabaco No Brasil, mais de um quinto da população adulta está obesa. Entre os que têm de 5 a 19 anos, o índice é de 10,8%, segundo o relatório Estatísticas da Saúde Mundial de 2021, divulgado pela OMS. Uma dieta balanceada, como a proposta acima, aliada às atividades físicas, combate esta epidemia e afasta riscos cardiovasculares que, somados ao colesterol alto, tornam-se ainda mais preocupantes.
O mesmo vale para o cigarro. Colesterol alto e tabagismo, juntos, são uma grande ameaça para a saúde cardiovascular. Segundo dados mais recentes da pesquisa Vigitel, o percentual de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil ainda é bastante significativo: 9,1%. Virar a própria mesa e ser protagonista de um trabalho multidisciplinar, que envolve alimentação adequada e exercícios físicos, é o caminho mais garantido para a conquista de qualidade de vida com um coração saudável.
Fonte: Veja Saúde
Imagem: Dulla/SAÚDE é Vital