Número de mortes por dengue em 2022 é o maior em seis anos

por Ângela Núbia Carvalho Sousa publicado 04/01/2023 18h15, última modificação 04/01/2023 19h13
Dados do Boletim Epidemiológico de 2022, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que o número de mortes por dengue foi quatro vezes maior do que em 2021

 

A combinação de calor e chuva são propícias à proliferação do mosquito transmissor da dengue: o Aedes Aegypti. O período pede maior atenção e cuidado para evitar acúmulo de água parada em locais ao ar livre e eliminar os focos de reprodução do inseto. O Aedes Aegypti também é responsável pela transmissão de outras doenças como a chickungunya, febre amarela e Zika.

 

A preocupação da sociedade médica é grande. Após dois anos de redução, o número de mortes pela dengue voltou a subir no Brasil: é o maior registrado nos últimos seis anos, segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS). Até o dia 10 de dezembro foram 980 mortes pela doença, 400% a mais do que em 2021, e mais de 1,4 milhão de casos foram registrados, alta de 172,4%.

 

 É nessa época que o mosquito transmissor da doença encontra o clima e o ambiente ideais para se reproduzir. Ele precisa de água parada para que possa botar seus ovos. “O vírus da dengue é transmitido para humanos por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti infectado. Depois do período de incubação, esse vírus pode ser transmitido para outras pessoas que forem picadas pelo mesmo inseto. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito e, assim, evitar que ele se prolifere”, explica a infectologista da Fundação São Francisco Xavier, Andréa Maria de Assis Cabral.

 

O vírus não é transmissível de uma pessoa para outra, a não ser em casos de transmissão vertical, ou seja, de uma gestante para o seu bebê ou por transfusão sanguínea.

 

Sintomas

A infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. “A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, variando desde casos assintomáticos a quadros graves, inclusive óbitos. Nos casos sintomáticos pode apresentar três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação”, explica a infectologista.

 

 

 

Dentre os principais sintomas estão febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas avermelhadas pelo corpo.

 

 O primeiro sintoma da dengue costuma ser a febre alta que dura entre 2 a 7 dias acompanhado de fraqueza e dores pelo corpo. Nessa fase febril é mais difícil diferenciar a doença de outras enfermidades, por isso a importância de procurar um atendimento médico em caso de suspeita.

 

Gravidade

A doença pode evoluir para formas mais graves. Entre os sinais de alarme estão dores abdominais intensas, vômitos persistentes, sangramento de mucosa, acúmulo de líquidos, aumento progressivo de glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue, tontura e queda de pressão em determinadas posições, perda de sensibilidade e movimentos ou irritabilidade.

 

Cabral alerta que os casos graves resultam em choque, que acontece quando um grande volume de plasma é perdido. “Os sinais são pulso rápido e fraco, diminuição da pressão, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Convulsões também podem se manifestar em alguns pacientes. O choque tem duração curta e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada”, ressalta.

 

 Prevenção

 A principal forma de prevenir a dengue e outras arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos) como a chikungunya, febre amarela e Zika é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Dessa forma é importante tomar cuidados com criadouros e eliminar água armazenada, como em pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, vasos de plantas e, até mesmo, recipientes pequenos. É importante também trocar a água dos animais de estimação.

 

“Uma forma de proteção às picadas do Aedes Aegypti é a utilização de roupas que reduzam a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos. Vale também utilizar repelentes, inseticidas e mosquiteiros como rotina diurna e noturna das famílias”, finaliza Andréa.

 

Fonte: Estado de Minas

Imagem: Pixabay