Maio Furta-cor quer chamar a atenção para a saúde mental materna

por Ângela Núbia Carvalho Sousa publicado 08/05/2022 16h29, última modificação 08/05/2022 16h29
A Marcha Furta-cor acontece em diversas cidades do Brasil no dia 15 de maio, a partir das 9 horas

No mês de maio, uma causa ganha visibilidade: a saúde mental materna. Com o nome Maio Furta-cor, a campanha surgiu no ano passado com a ideia de dar mais atenção ao sofrimento mental de mulheres com a extensa demanda da maternidade.

 

A psicóloga Ana Brandino fala sobre o estigma da saúde mental e o aumento da depressão e ansiedade entre as mães.

 

“Pela Organização Mundial da Saúde, a saúde mental contempla um estado de bem-estar, em que o indivíduo vai perceber suas próprias habilidades, vai saber lidar com as adversidades do cotidiano e ele é capaz de contribuir com a comunidade. Apesar desse conceito, de a gente saber que as adversidades existem, há muito preconceito sobre o termo saúde mental, principalmente quando a gente pensa na saúde mental materna. E o que chama nossa atenção é o aumento dos casos de depressão, ansiedade e até suicídio nas nossas mulheres no pós-parto”.

 

A psicóloga Yunna Bamberg destaca que apenas há pouco tempo tem se falado em maternidade real, exaustão e dificuldades vividas por quem, ao contrário do que muita gente pensa, não nasce pronta para assumir esse papel. Segundo ela, maio foi o mês escolhido para tratar do assunto porque é quando comemoramos o Dia das Mães. Essa é uma forma de dar outro tipo de visibilidade para essas mulheres.

 

“O Maio Furta-cor vem para questionar: o que temos a comemorar? Na nossa história, as mulheres têm tido muitas responsabilidades, elas sendo quase todas direcionadas à pessoa que gera. A isso se juntam as outras responsabilidades profissionais, tornando a maternidade uma coisa muito mais pesada do que se a gente tivesse engajamento social real”.

 

Segundo Bamberg, a pandemia só reforçou todas essas questões vivenciadas pelas mães.

 

“A gente já tinha essas questões, mas agora elas foram colocadas em uma lupa. Ficou muito claro. E a gente teve um adoecimento social de forma geral, por causa da pandemia, de todos esses processos que a gente tem passado, de empobrecimento da população, perda de direitos. E aí, juntando com a sobrecarga que já havia, deu um boom de burnout materno, depressão”.

 

A Marcha Furta-cor acontece em diversas cidades do Brasil no dia 15 de maio, a partir das 9h. Os demais eventos relacionados ao Maio Furta-cor, mês dedicado à causa da saúde mental materna, podem ser conferidos no site da campanha e no Instagram @Maesnofoco_oficial .

 

Imagem: Agencia Brasil

Fonte: Agencia Brasil 

Edição Site Rádio Assembleia