Junho Violeta: coçar os olhos em excesso pode levar a cegueira

por Ângela Núbia Carvalho Sousa publicado 20/06/2022 23h40, última modificação 20/06/2022 23h40
Ceratocone atinge a estrutura da córnea e não tem cura

A campanha Junho Violeta reforça a prevenção do Ceratocone, doença ocular genética que danifica a estrutura da córnea. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o problema atinge uma a cada 2 mil pessoas no Brasil e, por ano, afeta cerca de 150 mil brasileiros. A falta de acompanhamento especializado agrava ainda mais o problema.

De acordo com a médica Maria Regina Chalita, oftalmologista do CBV – Hospital de Olhos e representante da especialidade córnea e refrativa, o ceratocone é uma doença que pode iniciar no final da adolescência ou início da idade adulta. A profissional alerta, também, que crianças com quadro grave de alergia ocular podem apresentar ceratocone ainda na infância.

A especialista ressalta que a coceira ou a alergia nos olhos estão entre os principais fatores nos portadores do ceratocone, e a doença é diagnosticada com exames que avaliam a curvatura e espessura corneanas, sendo estes a topografia (ou ceratoscopia) de córnea e a tomografia de córnea. “Os principais sintomas são baixa de visão que não melhora totalmente com o uso de óculos, mudança brusca de grau (principalmente aumento do astigmatismo), dificuldade de visão noturna“, diz.

Com a evolução da doença, a visão pode piorar e o uso dos óculos deixa de ser efetivo. Assim, o paciente precisa usar lentes de contato, ou até mesmo realizar cirurgia, dependendo da gravidade. A doença avançada pode levar a uma limitação grande da visão com prejuízo em diversas atividades cotidianas, podendo chegar à cegueira legal e transplante de córnea. Por isso, é tão importante a prevenção e o acompanhamento com o oftalmologista, que se divide entre estabilizar a doença evitando sua progressão e melhorar a acuidade visual.

 

 

Fonte: Jornal de Brasília

Imagem: Ângela Carvalho/Repórter Rádio Assembleia/Arquivo Pessoal