Hiperidrose: suor excessivo é um distúrbio e pode ser tratado

por Ângela Núbia Carvalho Sousa publicado 24/09/2022 16h11, última modificação 24/09/2022 16h11
Causas da condição variam de fatores genéticos ao consumo de drogas

Você conhece alguém que sua excessivamente nos pés, mãos, axilas ou outra região? Talvez isso ocorra com você mesma, causando sensações de desconforto e vergonha. Quando sem estímulos, o suor excessivo em certas áreas é sintoma de uma condição chamada hiperidrose — e pode ser tratado.

 

dermatologista Julia Ocampo relata que a condição pode se manifestar de duas formas: focal e generalizada. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a hiperidrose focal geralmente inicia-se na infância e pode ser causada por um fator genético. Já a versão generalizada pode ser resultado de alguma condição adjacente ou um efeito colateral de medicações.


Diferenças entre hiperidrose focal e generalizada


Além das diferenças já citadas, Julia explica que a hiperidrose focal é mais comum nas regiões plantar (pés), palmar (mãos) e axilar (axilas), com manifestação fixa (não muda de lugar). De acordo com a SBD, a condição acomete cerca de 3% da população.


Enquanto isso, a hiperidrose generalizada envolve todo o corpo e, diferentemente da versão focal, faz com que o paciente também sue durante momentos de sono e repouso. Essa manifestação pode surgir já na vida adulta.


De acordo com a dermatologista, a causa mais provável da hiperidrose focal é a “hiperexcitabilidade ou superatividade das glândulas que produzem o suor”. Essa alteração pode ser produto de uma disfunção neurológica. 


“Muitos pacientes apresentam resposta exagerada a estímulos físicos, emocionais e a aumentos da temperatura. Mais da metade [dos pacientes] refere histórico familiar positivo, o que sugere a participação de fatores genéticos”, destaca Julia, ainda se referindo à versão focal.


Em contrapartida, a hiperidrose generalizada “pode ser fisiológica ou estar relacionada à disfunção autonômica secundária a desordens neurológicas, endocrinológicas, metabólicas, doenças febris, malignidades e drogas”, continua a especialista.


Diagnóstico e tratamentos


O diagnóstico da condição é feito de forma clínica, considerando as queixas de cada paciente. “Qualquer sudorese que interfira significativamente no dia a dia deve ser tratada como anormal”, declara a dermatologista.


Segundo ela, existem diversos tratamentos para a condição, que podem ou não ser definitivos. Os principais são:

  • Desodorantes especiais;
  • Iontoforese (de acordo com a SBD, trata-se de um procedimento que usa a eletricidade para desligar temporariamente as glândulas produtoras de suor);
  • Medicamentos orais;
  • Toxina botulínica (botox);
  • Laser;
  • Cirurgias.

Julia explica que as cirurgias têm resultado definitivo. No entanto, no caso da simpatectomia (procedimento que interrompe a via neural), a sudorese compensatória em outra região pode ser ocasionada.


Em suma, o melhor tratamento deve ser indicado por um dermatologista, baseando-se no histórico médico de cada paciente e na região em que ocorre a sudorese.

 

Fonte: Isto é 

Imagem: Pexels