'Gotinha' contra a poliomielite será substituída por vacina injetável em 2024
A partir de 2024, a vacina contra a poliomielite vai ser exclusivamente injetável. A gotinha vai ser substituída pela nova versão.
A tradicional gotinha, que é dada às crianças como reforço contra a pólio, vai dar lugar a uma vacina com o vírus inativado. A versão injetável vai passar a ser dada também aos 15 meses. E as crianças não vão ter mais que tomar o reforço aos 4 anos. Segundo o Ministério da Saúde, a mudança, que será gradual, representa um avanço tecnológico.
“É uma mudança do século XXI apontada pela Organização Mundial da Saúde como a vacina que ainda oferece mais segurança e que é importantíssima dos tempos atuais”, explica a Ministra da Saúde, Nísia Trindade. Em visita à Sociedade Brasileira de Pediatria, no Rio, a ministra da Saúde também anunciou a liberação de R$ 150 milhões para que estados e municípios intensifiquem a vacinação de menores de 15 anos. Até o fim de 2023, cada estado terá seu calendário de campanha de multivacinação. Para colocar em dia a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes por todo o país, o Ministério da Saúde diz que vai usar estratégias diferentes, com ações que vão levar em conta o perfil de cada município.
“Nós oferecemos um indicador que classifica os municípios conforme a maior vulnerabilidade em termos de pessoas não vacinadas. Nós apresentamos isso para os estados para que eles focassem a estratégia nesses municípios mais vulneráveis”, explica o diretor do Departamento de Imunização do Ministério da Saúde Eder Gatti.
“Podem ser ações que envolvam as escolas, ampliações de horários de atendimento. Isso é sempre visto de acordo com os maiores problemas identificados em cada local para a ampliação da vacinação”, diz Nísia.
Em 2022, 77% das crianças receberam a primeira contra a pólio no Brasil. A meta era vacinar 95% do público alvo. A região Norte tem a situação mais crítica, com risco de reintrodução da pólio e do sarampo. Por isso, a campanha regionalizada já começou no Amazonas e no Acre. O próximo estado da região será o Amapá, com dia D marcado para 15 de julho.
No Rio de Janeiro, o Tomás, de apenas seis dias de vida, já recebeu a primeira dose de proteção.
“Não fiquem com medo, é importantíssimo. Tragam as suas crianças que lá na frente elas vão nos agradecer, com certeza”, diz o administrador de empresas Rafael Farah.
Fonte: Globo.com
Imagem: Tomaz Silva/ Agência Brasil