Enxaguante bucal substitui a escovação? Especialista responde
Algumas pessoas usam o enxaguante bucal para combater o mau hálito, outras para prevenir a cárie dentária. O antisséptico pode ser uma adição altamente benéfica a qualquer rotina de higiene dental, no entanto, é importante lembrar que existem muitos equívocos sobre o produto, como acreditar que ele tem potencial para substituir a escovação dos dentes.
Segundo a cirurgiã-dentista e expert em saúde bucal Dra. Bruna Conde, é necessário entender que os enxaguantes não possuem suas fórmulas todas iguais, cada produto contém diferentes ingredientes, e nem todos são indicados para certos tipos de situação.
Você tem seu enxaguante bucal antibacteriano, que é comumente utilizado na prevenção contra cáries e placa bacteriana;
Há também o enxágue com flúor, que ajudará aqueles que não bebem água fluoretada o suficiente ou que não utilizam cremes dentais com flúor para auxiliar na doença da gengiva e cárie dentária;
E tem também os enxaguantes usados por aqueles que sofrem de sensibilidade dentária. É importante que você converse com o seu dentista para garantir que esteja usando o correto para a necessidade daquele momento — lembrando que pode variar ao longo do tempo, conforme a necessidade.
Abaixo, a dentista explica fatos que você precisa saber sobre enxaguantes/antissépticos bucais, confira:
Bochechos não curam mau hálito: embora os bochechos ajudem a prevenir o mau hálito, definitivamente não cura. Muitas causas do hálito são multifatoriais, ou seja, causado por vários motivos. Devido a isso, o enxaguante servirá apenas para mascará-lo temporariamente.
“Para tratar o mau hálito é necessário avaliação de um especialista em Halitose para avaliar as possíveis causas e remover todas. Além de ensinar como evitar e prevenir.” alerta a Dra. Conde.
O enxaguante bucal combate cáries e doenças gengivais: de fato, pode ajudar a eliminar bactérias que permanecem nos dentes e levam a cáries. Porém, se a cárie não for tratada, pode levar a perda dentária e alteração de função e estética. Nenhum produto sozinho remove cáries e trata gengiva, é necessário o tratamento do especialista em conjunto.
Enxaguantes e sensibilidade: alguns enxaguantes podem auxiliar no controle da sensibilidade, porém não suficientes para acabar com a dor.
Para efeito imediato pode ser um bom auxílio, porém, a sensibilidade pode ser sinal de uma cárie escondida, problema silencioso na gengiva ou hábitos e estilos de vida ruins que afetam a saúde bucal. Por isso devemos saber se é indicado e como será realizada a rotina de enxaguantes no dia a dia de cada pessoa.
Cuidados ao usar enxaguante bucal
O enxaguante bucal geralmente contém um alto volume de álcool e flúor. Ambos os ingredientes não devem ser ingeridos em excesso, principalmente por crianças. Por esse motivo, segundo a American Dental Association, não se recomenda seu uso para crianças menores de 6 anos.
Os adultos também não devem ter o hábito de engolir enxaguante bucal. Geralmente não é indicado o uso de álcool. Inclusive ele é ruim para o hálito, e poucos têm conhecimento sobre esse assunto.
Se você tiver feridas abertas ou lesões orais na boca, pode-se, com recomendação odontológica, utilizá-lo. Mas você deve falar com um dentista antes de usar um enxaguante bucal se tiver lesões orais recorrentes. Feridas na boca podem ser causadas por problemas de saúde latentes, e encharcar essas feridas com flúor e antisséptico pode fazer mais mal do que bem.
Vale a pena pontuar que os antissépticos/enxaguantes bucais não substituem a escovação e o uso do fio dental. Saber o tipo, quantidade e frequência do enxaguante faz toda a diferença. Eles devem ser usados como complementos na higienização bucal, com escovação dos dentes, da língua e utilização do fio.
Dessa forma, com a recomendação ideal do especialista, o enxaguante bucal pode ser usado para prevenir problemas na boca toda. Para ele fazer algum bem à sua boca, ele deve ser usado corretamente com prescrição para essas questões.
“Enxaguantes podem ser um aliado ou vilão. Ele deve ser visto como um medicamento. Precisa de prescrição, orientação de uso e acompanhamento. Se você tem algum problema bucal ou quer prevenir doenças e mau hálito, procure seu dentista e busque orientações personalizadas para seu caso. O dentista deve ser apto e atualizado, pois cada vez mais temos novos produtos no mercado com promessas milagrosas. Invista em produtos e profissionais de qualidade”, finaliza a dentista.
Fonte: Olha digital
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