Alunos de escola estadual recebem informações sobre trabalho escravo no Piauí

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 02/06/2024 17h00, última modificação 02/06/2024 14h31
O Ministério Público do Trabalho dialogou com alunos sobre o cenário de trabalho análogo à escravidão no estado.

O Ministério Público do Trabalho no Piauí visitou, semana passada, o Centro Educacional de Tempo Integral Antônio de Almeida Freitas, localizado no Dirceu II, em Teresina, para uma conversa com os alunos da segunda série do ensino médio sobre o tema “Trabalho Escravo e Infantil na Contemporaneidade”. A visita foi fruto do convite da professora Auxiliadora Carvalho, que, ao ministrar a disciplina de história, sentiu a necessidade de aproximar os alunos do atual cenário do trabalho escravo no Piauí.


O Procurador do Trabalho, Carlos Henrique Pereira Leite, representou a instituição e promoveu o diálogo sobre o tema “Trabalho Escravo e Infantil na Contemporaneidade”. O procurador destacou a importância do diálogo direto com os jovens e adolescentes, para que, dessa forma, tenham acesso simplificado a seus direitos. “Ficamos muito felizes com a participação dos alunos, o interesse e com o convite. Nos colocamos à disposição dos Centros Educacionais para que diálogos como esses sejam recorrentes”, disse o procurador. Durante a conversa, foram expostos dados de resgates de trabalhadores em situação análoga à de escravo, assim como fotos e vídeos de inspeções.


Nos últimos anos, o Piauí vem registrando número expressivo de trabalhadores resgatados em situação análoga à de escravidão. Em 2022, foram 180 pessoas, enquanto em 2023, foram 156. O número tem colocado o estado em posição de destaque a nível nacional e sendo o primeiro do Nordeste com o maior número de resgatados. Além dos trabalhadores resgatados no Piauí, há ainda um número expressivo de piauienses resgatados em situação análoga à de escravidão em outros estados.

 

A professora Auxiliadora Carvalho explicou que a proposta foi abordar as questões de trabalho nos diferentes contextos históricos. “Em sala de aula, discutimos as leis de combate ao trabalho escravo e também os resquícios de trabalho escravo atualmente, que é a chamada escravidão contemporânea. Então, veio a proposta de fazer um projeto explorando esses temas, até porque são contextos de vivências desses nossos alunos. Por isso, fizemos o convite ao MPT para que estivesse conosco explicando o tema e os mecanismos de acesso aos direitos no que tange ao trabalho escravo”, pontuou.

 

 

Para a estudante Maria Graziele, a palestra do Procurador Carlos Henrique foi importante para que os alunos tenham embasamento e saibam identificar situações de exploração. “Achei a palestra super explicativa. Hoje em dia, vemos os jovens fazendo trabalho escravo doméstico e não percebem por não terem acesso a essas informações. Atualmente, o filho do pobre começa a trabalhar mais cedo que o filho do rico e acaba não conseguindo ter uma formação de qualidade por ter que escolher entre trabalhar e estudar. Palestras como a que vimos aqui hoje nos ajudam a identificar essas situações”.

 

Durante a palestra, os alunos receberam kits educativos e cartilhas sobre o tema trabalho infantil, para que lhes auxiliassem nos estudos referentes ao tema e os aproximassem ainda mais dos seus direitos como trabalhadores.

 

 

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Fonte: MPT-PI

Edição: Site Rádio Assembleia FM