Pessoas com esclerose múltipla apresentam demandas em audiência pública
A Comissão de Saúde, Educação e Cultura (CECS) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) foi a sede de uma audiência pública que debateu melhorias nos tratamentos e no diagnóstico da esclerose múltipla. O presidente da Alepi, deputado Franzé Silva (PT), e o presidente da CECS, Dr. Vinícius (PT), participaram do espaço e puderam ouvir associação, médicos, portadores da doença e a Secretaria de Estado da Saúde.
O autor do requerimento da audiência pública foi Franzé Silva, que iniciou o debate enaltecendo o trabalho da Associação Piauiense de Esclerose Múltipla (APPEM) e afirmando que ela abriu as portas para ele entender o assunto. O presidente da Alepi enfatizou que é apenas o começo dos trabalhos na busca de melhorias para os portadores da condição. “Nós fizemos questão de fazer essa audiência pública para que fique registrado nos anais desta Casa, o início de uma luta parlamentar. Nós, deputados, precisamos entender que essa pauta precisa ser incluída nos nossos debates”, defendeu Franzé Silva.
Na sequência, o neurologista Kelson James Almeida explicou que uma das principais ações para que o tratamento da esclerose múltipla seja bem sucedido é a agilidade no atendimento. Ele citou o caso de um paciente que chegou cego ao hospital por conta da condição e conseguiu recuperar a visão com 3 a 4 dias de medicação.
A demanda foi reafirmada pela presidente da APPEM, Lucia Helena Almeida, que informou que a média para o diagnóstico da esclerose múltipla é de três anos. “Tem muitos preconceitos. Acham que a pessoa vai ficar esclerosada, vai perder a capacidade mental, acham que a fadiga do paciente acometido é preguiça, é depressão”, relatou a presidente da associação. Ela acrescentou a falta de médicos neurologistas e a dificuldade de realizar os tratamentos na rede pública ao problema citado.
Portadores da esclerose múltipla deram o seu depoimento. Gustavo Almeida afirmou que levou 22 anos para ser diagnosticado mesmo sendo médico. Já Josélia Rodrigues demorou quase dois anos. Ela também pediu maior celeridade nos tratamentos porque a lentidão gera sequelas que seriam evitáveis. Outra fala foi feita por Elisa que destacou a importância do Hospital São Marcos e da APPEM para os portadores.
Secretaria de Saúde apresenta perspectivas de melhorias
Representando a Secretaria do Estado da Saúde (Sesapi), o superintendente de gestão da administração, Jefferson Campelo, falou das dificuldades do atendimento e das ações que o órgão está tomando que podem proporcionar melhorias. A carência de neurologistas foi o principal problema citado. Ele espera que haja um avanço a partir da telessaúde e de um plano que está sendo articulado para que todos os territórios de desenvolvimento tenham oferta de especialidades.
Jefferson Campelo acrescentou que há na Farmácia Popular os medicamentos indicados para todas as etapas de tratamento da esclerose múltipla. Ele lamentou a ausência da Fundação Municipal de Saúde (FMS) na audiência pública porque ela é a responsável pelo início do atendimento. O superintendente espera que este seja mais ágil após a Sesapi unificar e dar mais transparência à fila de pacientes do SUS no estado.
Dr. Vinícius elogiou as medidas que vêm sendo tomadas, mas acrescentou o pedido para que os prontuários médicos também sejam unificados. Ele afirmou que um dos grandes desafios que precisa ser encarado é o da atualização da Programação Pactuada e Integrada do Piauí e que essa é a ação que vai permitir maior agilidade no acesso à saúde por parte dos piauienses.
A principal demanda apresentada por Franzé Silva e pela APPEM para a Sesapi foi a de que haja uma porta de entrada definida para os portadores de esclerose múltipla na rede estadual de saúde. O neurologista Kelson Almeida informou que, atualmente, o atendimento é feito apenas de modo filantrópico. Jefferson Campelo propôs que seja feita uma reunião entre Sesapi, FMS, Hospital São Marcos e APPEM para definir esse acesso. Dr. Vinícius recomendou que a porta de entrada seja o Hospital do Mocambinho.
Outro encaminhamento da audiência pública foi para o incremento da divulgação sobre a esclerose múltipla. Lucia Almeida informou que já existe uma série de vídeos que podem ser utilizados e Franzé Silva reafirmou compromisso anterior de veiculá-los na TV Assembleia. Dr. Vinícius destacou a importância de divulgar o material entre os médicos e propôs a realização de parcerias com entidades de fisioterapeutas, enfermeiros e outras categorias da área da saúde. Além disso, citou a importância do uso do colar de girassol que serve para pessoas com doenças raras serem identificadas com mais facilidade.
A doença - A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica e autoimune, ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares.
ATUALMENTE OS DADOS NUMÉRICOS SOBRE ESCLEROSE MÚLTIPLA NO PIAUÍ SEGUNDO A ASSOCIAÇÃO DE ESCLEROSE MÚLTIPLA DO PIAUÍ
PACIENTES QUE SÃO ASSISTIDOS PELA REDE SUS E PARTICULAR
65 PESSOAS ASSISTIDAS PELA REDE PRIVADA
11 PESSOAS ASSISTIDAS PELA REDE PARTICULAR E SUS
20 PESSOAS ATENDIDAS PELA PELA REDE SUS
NEUROLOGISTAS
101 PROFISSIONAIS EM TODO O ESTADO
41 DENTRO DA CAPITAL NA REDE SUS
PACIENTES ASSISTIDOS DE ESTADO VIZINHOS
03 CIDADES DO MARANHÃO
182 PACIENTES QUE RETIRARAM MEDICAMENTOS NA FARMÁCIA DO HOSPITAL 182 (TANTO NA CAPITAL COMO DAS CIDADES VIZINHAS)
11 FARMÁCIAS DO ESTADO NO TOTAL
CIDADES
TERESINA
PICOS
PARNAÍBA
BOM JESUS
FLORIANO
CORRENTE
PIRIPIRI
OEIRAS
URUÇUÍ
SÃO RAIMUNDO NONATO
HOSPITAIS PÚBLICOS QUE TEM NEUROLOGISTA ESPECIALISTA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HU)
OBS. ATENDE NA PARTE CLÍNICA COMO TAMBÉM ATRAVÉS DA REGULAÇÃO
HOSPITAL GETÚLIO VARGAS ( HGV)
OBS. ATENTE PARTE CLÍNICA E POR REGULAÇÃO
HOSPITAL LINEU ARAÚJO ( CLÍNICA)
HOSPITAL DR LUIZ MILTON DE ARÊA LEÃO (SATÉLITE)
OBS. ATENDE TANTO CLÍNICO COMO URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
HOSPITAL PROFESSOR ZENO ROCHA (HUT)
OBS. ATENDE URGÊNCIA , EMERGÊNCIA E ATRAVÉS DE REGULAÇÃO
HOSPITAL DO PROMORAR
OBS. ATENDE E EMERGÊNCIA
HOSPITAL MARIANO CASTELO BRANCO (SANTA MARIA)
OBS. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
UNIVERSIDADE FACID (CLÍNICA)
OBSERVAÇÃO : HOSPITAIS DE FAZEM PULSO TERAPIA
HU, HGV, SATÉLITE, PROMORAR, HU, MARIANO CASTELO BRANCO
SECRETARIAS PARA INCLUSÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL.
SASC- SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO PIAUÍ
CRAS: CENTRO DE REFERENCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL LOCALIZADOS NAS QUATRO ZONAS DO MUNICÍPIO, ABRANGENDO TERRITÓRIOS URBANOS E RURAIS SENDO 05NA ZONA NORTE, 05 NA ZONAL SUL, 05 NA ZONA LESTE E 04 NA ZONA SUDESTE.
SEID- SECRETARIA DE ESTADO PARA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
IMAGENS DA AUDIÊNCIA
Nícolas Barbosa - Edição: Katya D’Angelles