Marden Menezes defende que lideranças precisam resgatar Teresina de má gestão
Na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) desta quarta-feira (8), o deputado Marden Menezes (Progressistas) criticou a má gestão de Teresina focando em levantamento feito pelo Ministério da Saúde que colocou a capital no 213º lugar no quesito atenção à saúde básica entre os 224 municípios do estado.
Para o parlamentar, esse é mais um motivo para uma mobilização da população e da classe política para que se cobre a Prefeitura de Teresina pelos resultados negativos. “Nós temos que resgatar Teresina dessa situação de completo abandono, desordem, de todo um conjunto de malfeitos que estão fazendo a nossa população sofrer”, convocou Marden Menezes.
O parlamentar afirmou que os deputados da Alepi precisam criar mecanismos para reduzir os danos causados pela atual gestão do município e que podem ser líderes de um movimento político que faça frente ao fracasso da administração de Teresina. Para Marden Menezes, dois anos ainda é muito tempo para que os retrocessos continuem acontecendo e que a reconstrução dos setores de saúde, educação e transporte da capital vão ser difíceis.
Em aparte, a deputada Bárbara do Firmino (Progressistas) pontuou que, desde 2019, os resultados da atenção básica de saúde de Teresina só tem caído. Ela citou a redução no acompanhamento do pré-natal de gestantes e no controle de pacientes com diabetes como fatores que indicam essa perda de qualidade e criticou a superlotação e a falta de medicamentos no Hospital de Urgência de Teresina.
A dificuldade gerencial da Prefeitura de Teresina na área da saúde foi elencada por Dr. Hélio (MDB). O parlamentar afirmou saber do cenário de poucos recursos, mas que isso torna ainda mais importante a necessidade de fazer uma boa gestão.
PROBLEMAS NO INTERIOR E NO LITORAL - Apesar do foco em Teresina, Marden Menezes também criticou os resultados da cidade de Piripiri. O parlamentar destacou que o município caiu 139 posições no ranking piauiense elaborado pelo Ministério da Saúde sobre atenção básica de saúde.
Os deputados Dr Thales (Progressistas) e Gracinha Mão Santa (Progressistas) citaram outros problemas ligados à saúde no interior do estado, como a deficiência dos hospitais regionais e a falta de atendimento de alta e média complexidade que permita a realização de cirurgias. A segunda enfatizou que o Executivo tem, nos últimos anos, reduzido os atendimentos em alguns hospitais regionais.
Ainda foi citada por Dr. Thales a necessidade de o Governo do Estado administrar um hospital que tenha atendimento de pronto-socorro, problema que foi reiterado por Marden Menezes, que também criticou a lentidão do processo de descentralização da saúde no Piauí.
O problema nas maiores cidades pode se ampliar, segundo Dr. Gil Carlos (PT). Ele pontua que a nova regra de divisão do ICMS indicada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) tende a favorecer os menores municípios e que, mesmo atualmente, eles já conseguem se destacar na atenção básica de saúde por conta dessa divisão de recursos. Para debater mais aprofundadamente esse tema na Alepi, ele pretende criar a Frente Parlamentar de Saúde.
O assunto também é prioridade para Dr. Vinícius (PT) que lembra que a atenção básica é um tema, essencialmente, municipal, mas que a sua importância exige destaque na atuação da Alepi porque as sequelas deixadas na sociedade pela falta desse tipo de atendimento são muito grandes e irreversíveis em muitos casos.
Outro problema é a baixa remuneração dos médicos do Programa Saúde da Família, de acordo com Dr. Hélio. Ele apresentou o dado de que 70% da categoria trabalha em Teresina e poucos atuam na atenção básica porque não há atratividade. Marden Menezes defende que a Alepi precisa contribuir para a criação de um ambiente de valorização da remuneração dos profissionais de saúde nos municípios, mesmo que não atue diretamente ligada a eles.
ÁGUA E SAÚDE - Além das críticas apresentadas à gestão da saúde no interior por parte do Governo do Estado, a deputada Gracinha Mão Santa também pontuou em seu aparte os retrocessos nos serviços prestados pela Agespisa. Segundo a parlamentar, áreas centrais de Parnaíba estão sem fornecimento de água e algumas regiões voltaram a depender de carros-pipa. Para ela, neste caso, não existe falta de recursos e há a necessidade de priorizar a resolução deste problema.
Nícolas Barbosa – Edição: Iury Parente