Legislativo , prefeitos e sociedade civil se articulam em evento sobre combate à seca

por Katya D'Angelles publicado 08/07/2024 13h50, última modificação 08/07/2024 13h51
Mesa Temática do evento Mais Piauí - Água no sertão abriu espaço para diálogo

Os prefeitos Corinto Matos, de Marcolândia, e Gederlânio Oliveira, de Jacobina do Piauí, juntamente com o coordenador do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido da Articulação Semiárido Brasileiro (FPCSA), Paulo dos Anjos, participaram da segunda mesa temática do evento Mais Piauí - Água no sertão. O debate, realizado pela Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) nesta segunda-feira (08), abriu espaço para os gestores, parlamentares estaduais e sociedade civil alinharem a defesa conjunta por obras estruturantes que garantam segurança hídrica para o semiárido piauiense.

 

“Não temos um metro de encanamento para ligar de uma casa para a outra. Não existe isso na nossa cidade. Em Marcolândia, todo mundo, para fazer uma construção, a primeira obra tem que ser a cisterna ou o reservatório de água. Tudo isso dificulta e inviabiliza muito a economia”, relatou o prefeito Corinto Matos. Ele acrescentou que os carros pipas que abastecem a cidade viajam 100 km para abastecer e que a população estranha o fato de a transposição do rio São Francisco levar água para Araripina (PE), a apenas 25 km do município piauiense, desde a década de 1990.

 

Além de mostrar as dificuldades geradas pela falta de segurança hídrica no semiárido, o prefeito Gederlânio Oliveira deu exemplos de como a resolução da questão potencializa a população da região. O gestor destacou a força econômica por meio da ovinocaprinocultura e da apicultura como demonstração da determinação dos moradores da região mais seca do Piauí. “Essa transposição é uma liberdade. Ela é uma garantia da cultura do povo do semiárido. Ela é uma segurança, como foram as barragens até agora”, explicou o gestor que falou sobre a importância da água para que os piauienses permaneçam no campo e não migrem para as áreas urbanas.

 

Esse fator humano também foi ponto de destaque na fala de Paulo dos Anjos. O coordenador da FPCSA pediu que o foco da grande obra de integração de bacias dos rios São Francisco, Canindé e Piauí seja no abastecimento da população e que essa seja ouvida constantemente. Membro de uma entidade que reúne 20 organizações da sociedade civil, ele apresentou ações que têm contribuído para a convivência dos moradores da região com o ambiente árido, como as cisternas.

 

Durante o debate, o presidente da Alepi, deputado Franzé Silva (PT), e o deputado Dr. Gil Carlos (PT) levantaram a necessidade de integração entre gestores municipais, parlamentares e sociedade civil para conseguir levar a obra de integração de bacias à frente. O segundo lembrou que essa foi a forma de ter sucesso nas demandas por melhorias na BR-135.

 

Nícolas Barbosa - Edição: Katya D’Angelles