Gustavo Neiva considera justa a greve dos professores por piso nacional
O deputado Gustavo Neiva (PSB) afirmou que os professores da rede estadual de ensino no Piauí têm razão em deflagrar greve. Em discurso na sessão plenária desta quinta-feira (24), na Assembleia Legislativa (Alepi), o parlamentar lamentou que isso aumente a demora no retorno das aulas presenciais, mas considera que essa é a única solução para o magistério diante da falta de abertura para o diálogo por parte do Governo do Estado.
Desde 2019, os professores não têm reajuste, segundo Gustavo Neiva. Os aumentos salariais ou não foram concedidos, ou ficaram abaixo do ajuste nacional, ou incidiram em benefícios que não são salariais. Em 2022, o que há é apenas a promessa, por parte do governador Wellington Dias, de dar um incremento nos vencimentos de acordo com os 33,24% que o Governo Federal deu para o piso nacional da categoria. No entanto, ainda não houve envio de mensagem à Alepi formalizando o aumento.
“Todas as prefeituras do estado do Piauí, senhor presidente, dando o ajuste de 33,24%. Claro, com raras exceções, aqui ou acolá, a gente vê uma ou outra prefeitura, realmente devido à dificuldade. [A prefeitura] reúne os professores, dialoga, conversa com a classe, mostra os dados, esclarece, chega em um acordo. Mas o Governo do Estado não quer conversar”, criticou Gustavo Neiva.
Para o deputado, a classe vem sendo massacrada por medidas como a reforma da previdência do estado e o não pagamento dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Ele acrescenta que não falta dinheiro ao Executivo para melhorar os salários da classe, pois, todos os dias, são inauguradas obras eleitoreiras.
A realização de uma audiência pública aprovada, ainda em dezembro de 2021, é um dos caminhos para a Alepi contribuir com os professores da rede estadual. Ela depende da formação das comissões técnicas. Em aparte, o presidente da Casa, Themístocles Filho, disse que, após o Carnaval, possivelmente na próxima semana, os deputados devem fazer a montagem desses espaços de discussão.
Nícolas Barbosa