Ex-deputados falam sobre a luta para incluir o Piauí em projeto de transposição
Mediada pelo senador Marcelo Castro (MDB), a mesa temática “A História do Canal do Sertão Piauiense” abriu os debates do seminário “Água no Sertão: a segurança hídrica no semiárido do Piauí”, promovido pela Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (08). A discussão diz respeito à exclusão do eixo Oeste do projeto de transposição do Rio São Francisco, canal que contemplaria o Piauí.
O primeiro debatedor, ex-deputado federal B. Sá, destacou que o eixo Oeste estava previsto no projeto inicial da transposição, elaborado pelo Consórcio Hidroterra-Noronha Engenharia. “O eixo Oeste equivaleria a 10% do que representava o projeto todo. Quando ele foi deslanchado, ele custava R$ 4,5 bilhões. Chegou ao final com aproximadamente R$ 15 bilhões. O que se pode dizer é que esse projeto custaria hoje em torno de R$ 1,5 bilhão”, acrescentou.
O ex-deputado Jesus Rodrigues sugeriu a substituição da palavra “transposição” pela palavra “integração”. “O que se pretende é a integração da Bacia do São Francisco com outras bacias do Nordeste setentrional, para tirar o Nordeste da insegurança hídrica”, frisou.
Jesus Rodrigues ressaltou que o projeto inicial apontava a construção de quatro eixos: Norte, Leste, Sul e Oeste, mas o eixo Oeste teria sido suprimido por falta de força política. “Aqui está a grandeza desse momento. Esse precisa ser um assunto da bancada estadual e da bancada federal. Não é assunto pra um deputado. Esse é um assunto de todos”, pontuou.
O ex-deputado disse que, durante seu mandato na Câmara dos Deputados, conseguiu que a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) lançasse um edital para realização do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para construção do eixo Oeste, mas que nenhuma empresa teria se interessado.
Por fim, Jesus Rodrigues questionou o represamento de águas nas barragens de Sobradinho e Boa Esperança para geração de energia elétrica, diante do potencial do estado em relação à
energia eólica e solar. “Essa água todinha pra botar no nosso sertão, pra produzir alimento, e nós estamos gerando energia, quando a gente tem sol e vento. Isso é uma insanidade”, disse.
Cristal Sá – Edição: Katya D’Angelles