Em dois meses, CPI da Equatorial já ouviu consumidores, trabalhadores e empresários
No dia 28 de março, o Plenário da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) aprovava requerimento apresentado pelo deputado Evaldo Gomes (Solidariedade) para a criação da primeira Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da atual legislatura. No documento, assinado por 16 deputados, o foco é a investigação da má prestação de serviço por parte da Equatorial Piauí.
Nesta quarta-feira (7), a CPI da Equatorial chegou à escuta do décimo depoente. Ao longo de pouco mais de dois meses, a sociedade piauiense pôde acompanhar, ao vivo, representantes dos empresários, dos trabalhadores e gestores públicos do estado falarem sobre a relação que possuem com a concessionária de energia que presta serviço desde 2018.
12 de abril - O primeiro depoente da CPI da Equatorial foi o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Francisco Marques. As demissões de trabalhadores experientes que faziam parte da equipe da Eletrobrás Piauí e a redução no número de funcionários foram o ponto central do depoimento. Conforme o representante sindical, cerca de 80% do quadro foi demitido após a privatização e isso contribui para a demora da empresa em solucionar problemas.
19 de abril - Na semana seguinte, a comissão ouviu o depoimento do coordenador dos Procons do estado do Piauí, o promotor Nivaldo Ribeiro. Ele trouxe informações sobre o avanço de uma Ação Civil Pública que tramita na Justiça Federal e que constatou a falta de cumprimento do plano de investimentos apresentado pela Equatorial Piauí para o período de outubro de 2021 a dezembro de 2022. Nivaldo Ribeiro relatou processos judiciais abertos por municípios e as dificuldades por que passam os moradores da zona rural. Ele ficou de apresentar relatório dos Procons com a quantidade de reclamações que chegam ao órgão contra a concessionária.
17 de maio - Pela primeira vez, a CPI ouviu dois depoentes no mesmo dia. O primeiro foi o vice-presidente da FIEPI (Federação das Indústrias do Estado do Piauí), Francisco Reinaldo. Inicialmente, ele falou que o serviço de energia não é completamente satisfatório, mas que a Equatorial Piauí tem proporcionado avanços e mantido diálogo constante com o setor. O presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado do Piauí), Tertuliano Passos, foi o segundo depoente e fez relato semelhante, mas reclamou da demora da concessionária para fazer religações. Após as perguntas dos deputados, os depoentes acrescentaram que o longo tempo para a Equatorial Piauí fazer as ligações de novos empreendimentos obriga os empresários a incluírem esse serviço em seus investimentos iniciais.
22 de maio - A CPI manteve a estratégia de ouvir dois depoentes no mesmo dia e nesta semana foram realizadas quatro oitivas. O avilcultor Francisco das Chagas Lopes relatou a perda de R$293 mil em aves devido a uma queda de energia. Além disso, o empresário enumerou 190 reclamações feitas no prazo de 20 meses que levavam cerca de 20 horas para serem resolvidas. O segundo depoimento foi do professor do curso de Administração da Universidade Federal do Piauí, Paulo Fortes, que denunciou uma ameaça de morte por parte de um funcionário do atendimento da Equatorial. Ele também relatou prejuízos na sua plantação de cannabis para fins medicinais e recomendou uma intervenção em algumas áreas da empresa.
24 de maio - O presidente da APPM (Associação Piauiense dos Municípios), Toninho de Caridade, foi o primeiro depoente nesta data. Ele apresentou dados de um relatório preliminar que demonstrou que 90% das cidades piauienses sofrem com a queda de energia. Acrescentou as dificuldades que os municípios sofrem para fazer o abastecimento de água por causa da falta de qualidade da energia. Na sequência, o presidente da Aprosoja Piauí (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), Alzir Neto, relatou a perda de investimentos que o estado tem tido por causa dos maus serviços prestados pela Equatorial. A falta de transparência nos contratos e a necessidade de os próprios produtores terem que aplicar recursos em infraestrutura energética também foram citadas.
07 de junho - Os dois últimos depoentes da CPI foram o presidente do CIEPI (Centro das Indústrias do Piauí), Frederico Mussi, e o presidente da Apisolar (Associação Piauiense das Empresas de Energia Solar), Jean Cantalice. O primeiro elogiou a Equatorial e disse que os avanços depois da privatização são perceptíveis no setor industrial. Ele falou que há muitos desafios, mas que nem tudo pode ser mudado em um passe de mágica. Jean Cantalice criticou, principalmente, os serviços de atendimento prestados pelas empresas terceirizadas e a demora na ligação dos sistemas de energia solar à rede de distribuição de energia.
Acompanhe toda a cobertura da CPI pelos links abaixo
Francisco Marques - https://www.al.pi.leg.br/institucional/noticias/cpi-da-equatorial-escutou-presidente-do-sindicato-dos-urbanitarios
Nivaldo Ribeiro - https://www.al.pi.leg.br/institucional/noticias/cpi-da-equatorial-escutou-presidente-do-sindicato-dos-urbanitarios
FIEPI e Sindilojas - https://www.al.pi.leg.br/institucional/noticias/cpi-da-equatorial-industriais-e-comerciarios-apontam-avancos-e-dificuldades
Avicultor - https://www.al.pi.leg.br/institucional/noticias/cpi-da-equatorial-avicultor-relata-perda-de-r-293-mil-em-apenas-um-dia
Paulo Fortes - https://www.al.pi.leg.br/institucional/noticias/depoente-denuncia-ameaca-de-morte-a-cpi-da-equatorial
APPM - https://www.al.pi.leg.br/institucional/noticias/relatorio-parcial-da-appm-registra-quedas-de-energia-em-90-dos-municipios
Aprosoja - https://www.al.pi.leg.br/institucional/noticias/presidente-da-aprosoja-relata-perdas-de-investimentos-na-cpi-da-equatorial
Nícolas Barbosa - Edição: Katya D'Angelles