Deputados debatem a perda do mandato de Deltan Dallagnol

por Iury Aragão publicado 18/05/2023 09h50, última modificação 18/05/2023 12h43
Dallagnol foi o deputado mais votado do Paraná nas eleições de 2022, com 344.917 votos

O deputado Francisco Limma (PT), durante a sessão plenária dessa quarta-feira (17) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), falou sobre a perda de mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos- PR), por decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fábio Novo (PT) corroborou o discurso de Limma, já Aldo Gil (Progressistas) e Gracinha Mão Santa (Progressistas) discordaram do posicionamento dos petistas.

 

“O procurador que conspirou, que montou um PowerPoint com informações falsas para punir determinados membros na Lava Jato e, principalmente, resultar na punição do presidente Lula. Hoje, o presidente Lula retomou a liberdade e assumiu a presidência da República pelo voto popular e o procurador fez tudo que é malandragem para assegurar sua eleição”, declarou Limma.

 

A deputada Gracinha Mão Santa discursou no grande expediente para rebater a fala do petista. "Discordo totalmente do colega nas colocações a respeito da justiça, porque tem milhões de processos, que eu sou conhecedora; já entrei com provas cabais e não deu em nada. Todos nós sabemos as lacunas da lei, sabemos o quão difícil é ser oposição. E por que não ocorre na situação? Não tem nenhuma denúncia? Quantos processos acabam o pleito e às vezes só é tirado o mandato de alguns, com crimes inclusive em prefeitura de base. Crimes federais e tudo e não sai do lugar o processo", questionou.

 

"Inclusive, aqui tem escândalos enormes: desvio de Fundeb, desvio federal, empresas fantasmas, e fica seguro em alguma instância. Isso é justiça? De um lado, a justiça não anda, do outro, em três meses cassa um. O outro você não consegue subir de instância em anos. Vamos fazer uma reflexão de que são dois pesos e duas medidas. [...] A gente não pode aceitar que o Brasil se torne uma ditadura de só quem pensa igual", completou Gracinha.

 

Outro deputado petista que explicou a cassação do mandato de Deltan Dallagnol foi Fábio Novo, líder da bancada do governo. Ele destacou a unanimidade da decisão e disse que todos os dias estão caindo as máscaras dos que se dizem paladinos da justiça durante o período da operação Lava Jato.

 

Aldo Gil respondeu que a unanimidade da decisão pela cassação não era motivo para a falta de críticas, já que o presidente Lula também teve condenação unânime em instância judicial. “Deltan Dallagnol foi o deputado mais votado lá no Paraná e foi cassado com a justificativa de que teria pendências no CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público], quando saiu do Ministério Público, o que o tornaria inelegível. Na verdade, o que ele tirou foi a certidão do CNMP, o que prova não haver processos disciplinares na saída dele do Ministério Público. Então, hoje em dia, se cassa um deputado por crime de opinião, se prende deputado por crime de opinião, se cassa deputado por arbitrariedade. Está se querendo aprovar lei pra cercear a liberdade de expressão e de opinião no Brasil. Então, eu realmente estou muito preocupado com o andamento da nossa democracia", declarou.

 

 

Liuce Reis - Edição: Iury Parente